Diplomatas brasileiros e representantes do Departamento de Comércio dos EUA se reuniram na quinta (10), num primeiro contato bilateral após o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump. O encontro contou com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Encontros regulares
Segundo fontes ouvidas pela CNN, o encontro faz parte de uma série de reuniões semanais que ocorrem desde antes do anúncio das novas tarifas. O grupo de trabalho criado por Brasil e Estados Unidos tem como missão discutir a política tarifária entre os dois países e tentar conter os impactos de medidas protecionistas.
Diálogo
Os técnicos brasileiros admitem que uma solução rápida está fora do horizonte. A instabilidade política nos Estados Unidos e as constantes mudanças de postura de Trump tornam o ambiente de negociação imprevisível. Ainda assim, os interlocutores avaliam que o canal diplomático está sólido e produtivo.
Brasil não é ameaça
O foco do Brasil tem sido mostrar que o país não representa ameaça econômica aos EUA. Para isso, as autoridades têm destacado o superávit que os americanos mantêm na balança comercial com o Brasil, tentando afastar qualquer justificativa para medidas punitivas. A reversão das tarifas de 25% sobre aço e alumínio é considerada o cenário mais viável – ou, ao menos, a abertura de cotas de importação.
10%
Atualmente, todas as tarifas recíprocas estão limitadas a 10% por três meses, porcentagem que já era aplicada ao Brasil antes da crise atual. Na prática, o governo busca evitar um agravamento das restrições, enquanto tenta abrir espaço para negociações mais favoráveis no médio prazo.
Tratativas
O comando das tratativas está nas mãos do vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, e do chanceler Mauro Vieira. No entanto, nenhuma posição é tomada sem o crivo do presidente Lula, que tem adotado um tom firme nas declarações públicas – inclusive com críticas diretas a Trump –, embora mantenha todas as estratégias alinhadas internamente com ministros como Carlos Fávaro (Agricultura) e Fernando Haddad (Fazenda).