'Brasil não pode conviver com inflação alta', diz Dilma Rousseff

Presidente demonstrou preocupação com alta da inflação no país

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A presidente Dilma Rousseff demonstrou nesta quinta-feira, 11, preocupação com alta da inflação, que em maio chegou a 0,74%, o maior índice mensal do IPCA desde 2008, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dilma afirmou que "o Brasil não pode conviver com inflação alta", mas "já está tomando todas as medidas" para estabilizar os preços. Indagada sobre a crise internacionais e seus desdobramento, a presidente afirmou que a "marolinha" "virou onda".

A avaliação foi feita no início da tarde em Bruxelas, na Bélgica, início da manhã no horário de Brasília, onde a comitiva brasileira participou da reunião de cúpula entre a União Europeia e Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Na quarta-feira, o IBGE divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que indicou o aumento da inflação, puxada pelo preço da energia e por produtos alimentícios, o que elevou a taxa a 8,47% no agregado dos últimos 12 meses - o maior índice desde dezembro de 2003. Só em 2015, o alta já atingiu 5,34%.

Esses dados, disse Dilma, "preocupam bastante". "A inflação é um objetivo que nós temos de derrubar, e derrubar logo. O Brasil não pode conviver com uma taxa alta de inflação."

De acordo com a presidente, as causas da alta dos preços são conjunturais. Dilma atribuiu a elevação à seca que castiga o Nordeste há três anos e atingiu o Sudeste nos últimos dois, provocando alta no preço dos alimentos. A pressão também tem contribuição, segundo ela, da "variação" dos juros americanos e do ajuste cambial, que resultou na desvalorização do real.

Entre 2012 e 2015, argumentou, o dólar passou de R$ 1,60 a R$ 3,17, o que provoca "oscilações". "A inflação deste ano é atípica. Ela é fruto de várias correções". "Nós temos certeza que a causa não é estrutural, mas conjuntural."

A presidente não associou os ajustes fiscais realizados pelo Ministério da Fazenda entre as razões do aumento dos preços.

A respeito do tema, Dilma afirmou que "o Brasil está tomando todas as medidas para se fortalecer macroeconomicamente". "Houve esse movimento da inflação e estamos tomando todas as medidas para estabilizá-la."

A presidente voltou a defender as medidas adotadas pelo Ministério da Fazenda. Segundo ela, o ajuste precisa ser feito porque houve queda no crescimento, o que resulta em queda na arrecadação.

"Nós fizemos de tudo: reduzimos impostos, ampliamos créditos, subsidiamos taxa de crédito. Agora esgotou nossa capacidade fiscal e temos de recompô-la e continuar", argumentou.

Marolinha

Questionada após o encontro com os primeiros-ministros da Alemanha, Angela Merkel, e da Grécia, Alexis Tsipras, sobre se as medidas indicam um momento de austeridade fiscal no Brasil, Dilma ressaltou as diferenças do País em relação à crise vivida pela Europa.

"Nós fazemos um ajuste, mas nós não temos um desequilíbrio estrutural", argumentou. A presidente ressaltou que as reservas chegam a US$ 370 bilhões e o sistema financeiro não tem bolhas. "Nós temos dinheiro sobrando para pagar a dívida", afirmou a presidenteDilma atribuiu ainda a recessão brasileira ao ambiente externo desfavorável, que segundo ela também atinge emergentes como a China e prejudica a atividade mundial.

"A economia internacional, que estava em crise desde 2008, até hoje não se recuperou. Ela está andando de lado. Veja que, com 7% de crescimento da China, o menor em 25 anos, o crescimento do mundo ainda é 2,8%.Indagada se a crise internacional não era apenas uma "marolinha" para o Brasil - como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em 2008 -, Dilma disse que era, mas que virou "uma onda". "Naquele momento, foi sim, senhor. Mas depois a marola se acumula e vira uma onda", justificou, lembrando a crise do banco Lehman Brothers, em 2008, nos Estados Unidos, e a crise das dívidas na Europa, iniciada em 2010. "Sabe por que ela vira onda? Porque o mar não serenou.", finalizou.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES