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'Brasil teve sucesso onde EUA falharam', diz New York Times sobre condenação de Bolsonaro

Artigo de opinião desta sexta assinado por autor de 'Como as Democracias Morrem' segue alta repercussão internacional da condenação.

'Brasil teve sucesso onde EUA falharam', diz New York Times sobre condenação de Bolsonaro | Foto: Ton Molina/STF e Reprodução/Instagram
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O Brasil teve sucesso onde os Estados Unidos falharam, afirmou um artigo de opinião publicado nesta sexta-feira (12) no jornal americano The New York Times, sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo STF na quinta.

O artigo é assinado por Steven Levitsky, autor de "Como as Democracias Morrem" e professor de Harvard, e por Filipe Campante, professor da Johns Hopkins, nos EUA.

Esses acontecimentos contrastam fortemente com os Estados Unidos, onde o presidente [Donald] Trump, que também tentou reverter uma eleição, não foi preso, mas retornou à Casa Branca, afirmaram Levitsky e Campante no artigo. 

O artigo de opinião contextualizou a reação de Trump — o republicano se disse surpreso e "muito insatisfeito" — à condenação, relacionando-a às sanções econômicas e a autoridades brasileiras, incluindo Alexandre de Moraes, para lembrar que os EUA tentaram subverter o sistema legal do Brasil durante o julgamento. 

Depois, concluiu: Na prática, o governo dos EUA está punindo os brasileiros por fazerem algo que os americanos deveriam ter feito, mas não fizeram: responsabilizar um ex-presidente por tentar reverter uma eleição

A fala fez referência à invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por apoiadores de Trump — Trump não foi responsabilizado juridicamente pelo incidente e libertou os presos em janeiro, ao retornar à Casa Branca.

Artigo de opinião do jornal 'The New York Times', dos Estados Unidos, faz paralelo entre condenação de Jair Bolsonaro e democracia nos EUA. — Foto: Reprodução 

Segundo os analistas, "os paralelos entre Brasil e EUA, que enfrentaram ameaças iliberais na última década, são notáveis". "Ambos elegeram presidentes com instintos autoritários que, após perder a reeleição, atacaram instituições democráticas para se manter no poder", afirmam.

Os dois impeachments de Trump não surtiram efeito e ele concorreu em 2024, "apesar de comportamento abertamente autoritário", segundo Levitsky e Campante.

Os analistas apontam fracassos institucionais custosos, com uso de órgãos governamentais para punir críticos, ameaçar rivais e intimidar setores da sociedade, desafiando a lei e a Constituição americana.

O artigo de opinião elogia a firmeza dos juízes do STF diante da gravidade da denúncia contra Bolsonaro, citando provas volumosas de tentativas de reverter a eleição de 2022 e até assassinato de figuras como Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.

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