Negociadores dos países que integram o Brics se reúnem em Brasília nesta semana para discutir uma posição única sobre o financiamento de ações climáticas, com vistas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro em Belém. O governo brasileiro, que ocupará a presidência do bloco em 2025, estima que seja necessário levantar US$ 1,3 trilhão para combater as mudanças climáticas.
Prioridade para o Brasil
De acordo com o embaixador Maurício Lyrio, negociador-chefe do Brasil no Brics, o valor discutido na COP 28, realizada em Baku (Azerbaijão), foi considerado muito aquém do necessário, ficando em US$ 300 bilhões, o que representou uma "decepção". Lyrio destacou a necessidade de fortalecer a coordenação entre os países do Brics, G20 e a COP, visando uma posição mais robusta sobre o financiamento para o combate às mudanças climáticas.
COP 30: Expectativas e Desafios
Com o objetivo de garantir financiamento adequado para os países em desenvolvimento, o governo brasileiro pretende discutir modelos de repasse de recursos, especialmente dos países mais ricos, que historicamente são os maiores emissores de gases de efeito estufa. A conferência de novembro em Belém deverá reunir representantes de mais de 190 países e entidades ambientais, sendo uma oportunidade crucial para avançar nas negociações sobre o clima.
Impacto da Retirada dos EUA do Acordo de Paris
O recente anúncio da saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, sob o comando do presidente Donald Trump, pode ter impacto direto nas negociações da COP 30, já que os EUA são a maior economia do mundo e o segundo maior emissor de gases de efeito estufa. Especialistas alertam que as decisões dos EUA podem afetar as ações globais para conter as mudanças climáticas.