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Câmara discute nos bastidores emendas, reforma ministerial e anistia do 8 de janeiro

Nestes primeiros dias do ano Legislativo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu votar projetos de consenso e sem polêmica.

Câmara discute nos bastidores emendas, reforma ministerial e anistia do 8 de janeiro | Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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No início deste ano Legislativo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), optou por colocar em votação projetos de consenso e sem grandes polêmicas, seguindo a chamada pauta "light". No entanto, essa estratégia não reflete os temas realmente prioritários para os deputados, que estão sendo discutidos nos bastidores. 

  • liberação das emendas parlamentares nos moldes defendidos pelo Congresso
  • comando dos ministérios
  • disputa pelas comissões temáticas na Câmara
  • anistia aos golpistas do 8 de janeiro

Esses temas devem aparecer nas discussões públicas depois do Carnaval, segundo líderes partidários. Até lá, o ritmo do Congresso seguirá morno. 

Emendas para 2025

O Orçamento, que deveria ter sido votado no final do ano passado, foi adiado devido à insatisfação dos parlamentares com o ritmo de liberação das emendas. Essa insatisfação impediu um acordo para a análise do projeto. 

Líderes da oposição e até mesmo da base governista afirmam que suas bancadas não estão dispostas a discutir projetos de maior impacto enquanto não houver clareza sobre o cronograma de pagamento das emendas.

Outro ponto de insatisfação em relação às emendas são as regras estabelecidas pelo ministro Dino. Embora os parlamentares afirmem concordar com a necessidade de "transparência" na indicação e execução das verbas, eles defendem a realização de um "ajuste fino" nas determinações do ministro.

Reforma ministerial

Neste início de ano, a reforma ministerial do governo Lula, que visa ampliar o espaço para partidos de centro, tornou-se um fator na votação do Orçamento. Presidentes e líderes partidários pressionam por maior representatividade no governo. 

A bancada do PSD busca trocar o Ministério da Pesca por uma pasta com mais orçamento e expressão, como o Ministério do Turismo, atualmente liderado por Celso Sabino (União Brasil), que já expressou o desejo de manter o cargo.

PDT e PSB também pressionam por mais espaço no governo, alegando fidelidade nas votações. Na semana passada, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, reuniu-se com deputados do PDT em um jantar para discutir o tema. 

Comissões

Nos bastidores da Câmara, a disputa pelas presidências das comissões temáticas segue intensa. A CCJ, a mais importante, é cobiçada por União Brasil e MDB, com base em um acordo anterior, mas o PL, com a maior bancada, resiste a ceder o comando. Internamente, o PL enfrenta disputas por comissões ideológicas, como Relações Exteriores. 

O PSD busca Turismo e Minas e Energia, enquanto o PDT mira Indústria. As definições finais dependem das escolhas iniciais de PL e PT, que possuem as maiores bancadas.

Anistia aos golpistas

O impasse sobre o tema persiste. O PL busca tornar o projeto mais atrativo para garantir votos, propondo anistia para os presos do 8 de janeiro pelos principais crimes, mas mantendo as condenações por dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, que resultam em detenção.

A oposição defende que o projeto vá ao plenário e seja decidido no voto, enquanto a base governista resiste à ideia e se opõe a sua votação.

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