Desde o início deste século, a Câmara aplicou suspensão de mandato a apenas quatro deputados. Agora, 14 parlamentares enfrentam risco de punição por terem participado do motim da oposição na semana passada. Entre as sanções possíveis para os envolvidos — que paralisaram os trabalhos da Casa por dois dias em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro — está a suspensão por até seis meses.
O corregedor da Câmara, Diego Coronel (PSD-BA), analisará as representações recebidas e, conforme o regimento, tem prazo até quarta-feira para iniciar o processo, podendo emitir parecer em até 50 dias úteis. Nesta terça-feira, ele deve começar a notificar os deputados, que terão cinco dias para apresentar suas defesas.
Entre os nomes que poderão ter seus mandatos suspensos estão os deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Pollon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Júlia Zanatta (PL-SC) e Zé Trovão (PL-SC), que foram denunciados por PT, PSB e PSOL.
Desde 2001, o Conselho de Ética recebeu 234 representações contra deputados. A maioria (203) foi arquivada, oito resultaram em cassação e cinco em suspensão temporária de mandato — incluindo duas contra Daniel Silveira. Também foram punidos André Janones, Gilvan da Federal e Carlos Alberto Leréia; os demais casos tiveram penas de censura.