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Carlos clama por 'direitos humanos' para Bolsonaro na porta do hospital; Michelle entra e desliga celular

De acordo com a assessoria, Bolsonaro deve realizar exames ao longo do dia e passar a noite de Natal no hospital ao lado de Michelle.

Carlos Bolsonaro que antes criticava os direitos humanos, agora, pede para o pai. | Foto: Reprodução
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Às vésperas do Natal, integrantes do clã Bolsonaro intensificaram o tom dramático em torno da internação de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente deixou a custódia na Superintendência da Polícia Federal por volta das 9h40 desta quarta-feira (24) e foi encaminhado ao Hospital DF Star, em Brasília, onde passará por cirurgia de hérnia inguinal marcada para quinta-feira (25).

ACOMPANHAMENTO AUTORIZADO
Bolsonaro chegou ao hospital acompanhado da esposa, Michelle Bolsonaro (PL), única pessoa autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a permanecer com ele durante a internação. Em publicação nos stories do Instagram, a ex-primeira-dama informou que cumprirá a decisão judicial que proíbe a entrada de celulares, computadores ou outros dispositivos eletrônicos no quarto. “Estarei sem aparelho celular enquanto estiver em seu leito. Conto com a compreensão de todos e retornarei assim que possível”, escreveu.

FILHOS BARRADOS
Sem autorização para entrar, Carlos Bolsonaro (PL-RJ) foi até a porta do hospital e adotou um discurso emotivo ao comentar a impossibilidade de ver o pai. “É o que me resta fazer”, disse o vereador, acrescentando: “Isso para mim, sem dúvida nenhuma, vai ser um presente de Natal. Se isso acontecer, eu vou olhar para ele, mesmo sabendo se ele vai olhar para mim ou não, para mim é muito importante”. Carlos, conhecido como “02”, deixou o sexto mandato na Câmara do Rio para disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina.

CONTESTAÇÃO À DECISÃO
Carlos afirmou que advogados tentam derrubar a decisão de Moraes que impede ele e o irmão, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de acompanharem o pai. Também criticou o limite de 30 minutos semanais para visitas. “Tem tratativas de advogados para subir petições para que a gente possa acompanhá-lo no pós cirúrgico e sermos visitas permanentes, mas a gente depende infelizmente da decisão de uma pessoa”, afirmou, em referência ao ministro. Em seguida, completou: “Então a gente está aqui para pelo menos poder ficar um pouquinho perto dele, já que a gente não pode. Quando pode são 30 minutos por semana, quando ele [Moraes] deseja aceitar a petição dos advogados. Então que isso mude posteriormente porque a família é importante para recuperação do ser humano, para os direitos humanos é uma coisa importante para que isso aconteça”.

ROTINA MÉDICA
De acordo com a assessoria, Bolsonaro deve realizar exames ao longo do dia e passar a noite de Natal no hospital ao lado de Michelle. A cirurgia está prevista para a quinta-feira, com internação estimada em cerca de uma semana para recuperação. Depois, ele deve retornar à cela na Superintendência da PF para continuar o cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses, imposta por liderar a tentativa de golpe de Estado.

PEDIDO DA DEFESA
Na terça-feira (23), a defesa protocolou requerimento para viabilizar a internação nesta quarta e a cirurgia no dia seguinte. “A fim de que cirurgia indicada pela equipe médica e confirmada pela perícia realizada pela Polícia Federal seja realizada, e conforme agenda da equipe médica responsável pelo procedimento cirúrgico, requer-se que o Peticionário seja conduzido e internado no hospital DF Star, na data de amanhã, quarta-feira, dia 24 de dezembro, a fim de que possa ser submetido aos exames necessários e preparatórios ao procedimento cirúrgico”, argumentaram os advogados.

NARRATIVA E CANCELAMENTO
A movimentação jurídica e a exposição pública são vistas como parte de uma estratégia para reforçar a narrativa de vitimização do ex-presidente. Na véspera, Bolsonaro cancelou de última hora uma entrevista ao site Metrópoles, que havia sido autorizada por Moraes e ocorreria na sala onde ele está preso. Duas horas antes do horário marcado, a conversa foi desmarcada sob a justificativa de “questões de saúde”, comunicadas ao veículo por meio de bilhete manuscrito assinado pelo próprio Bolsonaro.

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