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Cid diz que filha adolescente foi procurada por advogados de Bolsonaro em 2023

Segundo os advogados de Cid, Luiz Eduardo Kuntz, que defende Marcelo Câmara, teria feito contato repetidas vezes com a adolescente por meio do WhatsApp

Advogados ligados a Bolsonaro procuraram a filha de Mauro Cid, menor de idade. | Foto: UOL
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A defesa do tenente-coronel Mauro Cid afirmou que sua filha, então com 14 anos, foi procurada em 2023 por advogados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A denúncia levou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a determinar que a Polícia Federal ouça os advogados Fábio Wajngarten, Paulo Cunha Bueno e Luiz Eduardo Kuntz em até cinco dias, para apurar possível tentativa de interferência nas investigações.

O QUE ACONTECEU

Segundo os advogados de Cid, Luiz Eduardo Kuntz, que defende Marcelo Câmara, teria feito contato repetidas vezes com a adolescente por meio do WhatsApp. Nas mensagens, ele teria perguntado se ela havia falado com a mãe e quais advogados estavam atuando no caso. Em uma das conversas, Kuntz também teria sugerido que a jovem apagasse mensagens do celular, dizendo que ele próprio fazia isso com frequência.

A defesa relata ainda que, em dezembro do ano passado, Kuntz tentou marcar um encontro com Mauro Cid, o que violaria o acordo de delação firmado com a Justiça, que proíbe o militar de manter contato com outros investigados.

Wajngarten também teria procurado a filha e a esposa de Cid, segundo os advogados. Além disso, Kuntz e Paulo Cunha teriam abordado a mãe do ex-ajudante de ordens, Agnes Barbosa Cid, durante um evento em São Paulo.

FAMÍLIA PRESSIONADA

Para os defensores de Cid, as abordagens tiveram como objetivo pressionar sua família para mudar a linha de defesa, o que poderia afetar o andamento das investigações.

A investigação também inclui um episódio em que Kuntz afirmou ter recebido mensagens de Cid por meio do perfil @gabrielar702 no Instagram. Como o militar está proibido de usar redes sociais desde setembro de 2023, a situação levantou suspeitas. A defesa, no entanto, nega que ele tenha feito qualquer contato e afirma que as mensagens partiram apenas do advogado.

Procurado pelo UOL, Luiz Eduardo Kuntz declarou que evitava fazer ligações e preferia se comunicar por texto, acreditando que poderia se tratar de uma conversa monitorada. “Tem uma parte em que eu digo que estou à disposição dele, tomo esse cuidado de ser bem explícito”, afirmou.


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