A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) realizou, nesta terça-feira (14), no galpão da empresa pública, na zona Sul de Teresina, a solenidade de entrega de fábricas de farinha móveis a 20 municípios piauienses. Com tecnologia simples, rebocável e eficaz, a unidade de produção tem capacidade de processar até 3 toneladas por dia de derivados da mandioca. Com investimentos de R$ 3,3 milhões, oriundos do Orçamento Geral da União, a iniciativa contempla 2 mil famílias que sobrevivem da mandiocultura no estado.
Estiveram presentes no evento, representantes de entidades rurais, prefeitos, vereadores e demais autoridades políticas, entre elas, senador Marcelo Castro e deputado federal Castro Neto, ambos destinaram recursos para a aquisição dos bens. Na oportunidade, os beneficiários também acompanharam o funcionamento da estrutura e de todas as etapas do processamento da mandioca, um dos alimentos mais consumidos no Piauí.
Estão sendo beneficiadas 13 prefeituras e 7 associações dos seguintes municípios piauienses: Assunção do Piauí, Cajazeiras, Campinas do Piauí, Caxingó, Cocal de Telha, Colônia do Gurgueia, Curimatá, Curral Novo, Inhuma, Itaueira, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí, Monsenhor Hipólito, Paes Landim, Pedro Laurentino, Queimada Nova, Santa Rosa, Santana do Piauí, São Braz e Simplício Mendes.
Uma das entidades contempladas foi a Associação do Quilombo Sumidouro, na zona rural do município de Queimada Nova-PI. Criada há quase quatro décadas, possui 70 associados que sobrevivem principalmente da renda gerada pela mandiocultura.
“Utilizamos todo maquinário do vizinho para extrair os produtos da mandioca, entre 4 a 10 sacos de farinha, e ainda deixar metade dessa produção com ele. Agora, com os equipamentos doados pela Codevasf, tudo que geramos será nosso, com mais produtividade e renda”, explica a presidente da associação, Lucicleia Dominiciano dos Santos.
O superintendente Regional da Codevasf no Piauí, Marcelo Castro Filho, destaca os impactos positivos para as comunidades rurais após a utilização da fábrica de farinha móvel, um deles é diminuir trajetos que chegam a 60km somente para realizar a extração de farinha e goma.
“É uma tecnologia simples, porém eficaz e de fácil utilização, que pode ser levada até a porta do mandiocultor. Nela, a comunidade faz a farinha e a tapioca na mesma estrutura física, usufruindo de equipamentos dimensionados para facilitar a operação sem demandar grande esforço físico, necessitando apenas de duas pessoas para realizar o processamento da mandioca. Com mais higiene e produtividade, o trabalhador incrementa renda, conquista novos mercados e vive melhor”, afirma o gestor.
Como funciona
A Casa da Farinha Móvel é uma estrutura composta por todos os equipamentos necessários para o processamento da mandioca e obtenção da farinha e goma. Montada sobre uma plataforma rebocável de fácil utilização, pode ser deslocada por veículo utilitário e possui os seguintes componentes: lavador e descascador automático com motor elétrico; ralador e triturador automáticos; prensa hidráulica; forno mecanizado para torrar a farinha; peneira e extratora de fécula (com capacidade média de produção entre 10 a 15 sacos de 50kg/dia); 2 reservatórios de água PVC de 500 litros, dentre outros.
Entre os impactos positivos imediatos estão baixo consumo de energia elétrica, higiene no beneficiamento da farinha, não necessita de construção civil, bem-estar aos operadores dos equipamentos, comercialização do excedente, deslocamento da casa de farinha até a área de produção (roça) o que reduz custo e esforço físico para transporte da mandioca.