Pelo menos 200 mil crianças de 0 a 6 anos de idade, em 100 municípios piauienses, estão sofrendo os efeitos da seca extrema no Estado. O número corresponde a 60% da população na primeira infância, segundo o Censo 2022 do IBGE. O impacto das mudanças climáticas nessa faixa etária será tema do 2º Encontro da Rede Nacional de Frentes Parlamentares pela Primeira Infância – RNFPPI - durante a COP30, que reunirá parlamentares e gestores, entre os dias 11 e 12 de novembro, em Belém (PA) e terá a participação do vereador João Pereira (PT), que integra o movimento. "Será uma oportunidade de discussão e troca de experiências que podem contribuir para a aplicação de politicas públicas que deram certo em outros estados e em outros países", explica
Criada em 2024, na Câmara Federal, a Rede de Frentes Parlamentares reúne representantes de 11 estados com o objetivo de " ampliar os direitos das crianças no Brasil, melhorar as políticas públicas e promover a cooperação entre legisladores federais e estaduais.
A primeira infância vai do nascimento até os 6 anos de idade. No Piauí são aproximadamente 305.948 crianças, o que representa 9,35% do total de habitantes do estado, que é de 3.271.199 (Censo 2022), o que indica um percentual acima da média nacional, que é de 8,9% de crianças nessa faixa etária.
Hoje, 205 dos 224 municípios do Piauí estão em situação de emergência por seca ou estiagem. A seca extrema, o nível mais crítico da falta de chuvas está presenta em 102 municípios, segundo o Monitor da Secas, da Agência Nacional das Águas. O Governo do Piaui discutirá ações desenvolvidas para a Primeira Infância, através do Pacto pelas Crianças, coordenado pela médica Isabel Fonteles.
O que diz a ONU
Relatório das Organização das Nações Unidas, identifica mais de 5,9 milhões de crianças de até 10 anos, que sofrem com as mudanças climáticas. Alguns efeitos negativos podem estar relacionados ao aumento do estresse pós-traumático e outros transtornos de saúde mental em crianças e adolescentes; aumento de asma, doenças respiratórias, doenças diarreicas e doenças transmitidas por vetores; aumento da desnutrição e redução do crescimento; e interrupções no cuidado e no funcionamento familiar, que associados à saúde mental dos cuidadores, além de stress e perda de recursos.