O ex-vereador e ex-líder do prefeito Dr. Pessoa na Câmara Municipal de Teresina, Antônio José Lira, reagiu duramente às acusações do atual prefeito Silvio Mendes, que apontou um suposto rombo financeiro de R$ 3,4 bilhões deixado pela gestão anterior. Em entrevista à coluna, Lira contestou os números divulgados e criticou o que chamou de "desinformações graves".
Empréstimos e obras estruturantes
Segundo Lira, a atual gestão estaria confundindo “vida corrente do município com a situação financeira” e explicou que parte significativa dos valores mencionados se refere a empréstimos contratados ainda na gestão do ex-prefeito Firmino Filho.
“Empréstimos? BIRD, Lagoa do Norte + Banco Latino (Vila da Paz, Parque Rodoviário, Ulisses Marques, Via Sul) somam quase 600 milhões de reais. Foram contratos engolidos durante a gestão de Firmino Filho, e muitos rompidos em consequência da pandemia. Nada a ver com o ex-prefeito Dr. Pessoa”, esclareceu.
Ele também defendeu os empréstimos contraídos por Dr. Pessoa junto ao Banco do Brasil, no valor de R$ 500 milhões, destacando que obras como a Via Sul e a avenida Mestre Dezinho só foram possíveis graças a esses recursos.
“Mestre Dezinho: uma das mais providenciais obras. Conecta Norada Nova, Lourival Parente e Vila da Paz ao centro em cinco minutos. Asfalto em toda a cidade. Isso foi de graça? Não! Veio dos empréstimos”, justificou.
Críticas a Joaquim do Arroz e à CPI
Em tom inflamado, o ex-vereador direcionou críticas ao parlamentar Joaquim do Arroz (PT), seu ex-colega de Câmara, a quem acusou de agir com "ingratidão" e "falta de caráter".
“Fiquei com vergonha e pensei: o que sobrou de votos para ele, faltou de gratidão e de caráter! A hora é de trabalhar! CPI do rombo e mídia como justificativa: uma mesclagem de ingratidão e falta de caráter — tanto de quem fez parte da gestão passada quanto daqueles em quem Teresina depositou a esperança de ver uma cidade melhor!”, afirmou.
Lira ainda acusou Joaquim de renegar ações que ele próprio ajudou a implementar.
“Joaquim indicou uma UPA, o Hospital Mariano Castelo Branco e hoje cospe no prato que comeu”, declarou.
Gestão e dívidas herdadas
O ex-líder de governo também comentou sobre as críticas relacionadas a dívidas da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e ao Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPMT).
“FMS: 100 milhões? Firmino deixou com 300 (dívida). IPMT: teve o melhor gestor de sua história, Dr. Kennedy. É só perguntar aos servidores”, argumentou.
Lira minimizou o impacto dos chamados "restos a pagar" e afirmou que se tratam de obrigações comuns a qualquer administração pública.
“Restos a pagar não são sinônimo de corrupção! São valores empenhados e que não deu tempo de pagar ou obras que não foram concluídas”, concluiu.