A Aeris Indústria e Comércio de Equipamentos para Geração de Energia informou ao mercado que iniciou tratativas com a Vestas do Brasil Energia Eólica para um possível contrato de fornecimento de pás eólicas destinadas aos projetos Dom Inocêncio Phase I e Dom Inocêncio Phase II, localizados no centro-sul do Piauí. Os empreendimentos são desenvolvidos pela Casa dos Ventos e integram um novo ciclo de expansão da energia eólica no Nordeste, região reconhecida por seus ventos favoráveis e por uma cadeia industrial já estruturada.
MERCADO | Comunicação oficial
A informação foi divulgada por meio de fato relevante, em conformidade com a Lei das Sociedades por Ações e com as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O comunicado ocorre após o anúncio, feito em 17 de dezembro de 2025, da formalização do contrato entre Vestas e Casa dos Ventos para a implantação dos projetos eólicos nos municípios de Dom Inocêncio, Lagoa do Barro e Queimada Nova.
INDÚSTRIA | Fornecimento integral em avaliação
Segundo a Aeris, as negociações consideram a possibilidade de fornecimento de pás eólicas correspondente a até 100% do share of wallet dos projetos Dom Inocêncio Phase I e II. Caso as tratativas avancem, a fabricante brasileira poderá assumir integralmente o fornecimento de um dos componentes mais estratégicos dos aerogeradores.
A eventual concretização do contrato ampliaria a presença da Aeris em projetos de grande porte no mercado nacional e reforçaria seu posicionamento como uma das principais fornecedoras de pás eólicas da América Latina. Com unidades industriais no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE), a companhia ocupa papel relevante na cadeia produtiva da energia eólica no país, atendendo fabricantes globais e desenvolvedores de projetos de larga escala.
NEGOCIAÇÕES | Etapas e condicionantes
A empresa esclareceu que a formalização do contrato está condicionada aos termos de um memorando de entendimentos previamente firmado com a Vestas. Esse instrumento previa, como condição essencial, a conclusão das negociações comerciais entre Vestas e Casa dos Ventos, requisito atendido com o anúncio recente dos projetos no Piauí.
A explicitação reforça o caráter ainda preliminar das tratativas e atende às exigências de transparência ao mercado, indicando que permanecem etapas formais e comerciais antes de qualquer contratação definitiva.
PIAUÍ | Nova fronteira eólica
Os complexos Dom Inocêncio Phase I e II integram uma nova frente de expansão da energia eólica no Brasil. Nos últimos anos, o Piauí tem ganhado destaque no setor, impulsionado pela qualidade dos ventos, pela disponibilidade de áreas e pelo avanço da infraestrutura de transmissão, fatores decisivos para projetos de grande escala.
A Casa dos Ventos, responsável pelo desenvolvimento, mantém um dos portfólios mais robustos do país em ativos eólicos e híbridos, com foco crescente no mercado livre e em contratos corporativos de longo prazo. A articulação com fornecedores globais, como a Vestas, e com a indústria nacional, representada pela Aeris, evidencia um modelo integrado que conecta engenharia, tecnologia e produção local.
CADEIA PRODUTIVA | Impactos industriais
Do ponto de vista industrial, a possível contratação representa um sinal relevante para a cadeia brasileira de equipamentos de geração de energia, que enfrenta desafios recentes relacionados à volatilidade da demanda, logística e custos. O fornecimento de pás eólicas é um elo crítico, com impacto direto nos cronogramas, no desempenho dos aerogeradores e nos índices de conteúdo local.
Contratos de maior porte tendem a aumentar a previsibilidade operacional das fábricas instaladas no país, favorecendo o planejamento produtivo, a manutenção de empregos qualificados e o desenvolvimento tecnológico. Em um cenário de transição energética acelerada, a consolidação de uma cadeia industrial competitiva é estratégica para reduzir custos, mitigar riscos cambiais e fortalecer a segurança do suprimento elétrico.
SETOR | Acompanhamento e sinalização
A Aeris informou que manterá acionistas e o mercado atualizados sobre eventuais desdobramentos relevantes, conforme a regulamentação da CVM. O avanço das negociações é acompanhado de perto por investidores e agentes do setor elétrico, atentos à dinâmica da indústria eólica e à formação de novos contratos de fornecimento no país.
Caso o acordo seja efetivamente formalizado, o movimento poderá sinalizar maior confiança na cadeia produtiva nacional e reforçar o papel do Brasil como um dos principais mercados globais de energia eólica.