Marília Ferreira Alencar, delegada da Polícia Federal (PF), foi a única mulher denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 32 envolvidos em tentativa de golpe de Estado para impedir a concretização do resultado da eleição presidencial de 2022.
Na denúncia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusa Marília de atuar na "coordenação de forças policiais para ajudar na permanência do ex-presidente no Poder" enquanto era diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, na gestão de Anderson Torres. Ela também teria "buscado informações sobre os locais em que o presidente Lula teve melhor desempenho nas eleições".
alvo de investigação
A delegada Marília já havia sido alvo de investigação por suposta omissão durante os ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando ocupava o cargo de subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), sob a gestão de Anderson Torres. O inquérito foi arquivado em janeiro de 2024, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), com base no entendimento de que ela não teria permanecido inerte diante das informações que recebeu sobre o comportamento e as intenções dos manifestantes.
De acordo com seu currículo, Marília é delegada da Polícia Federal desde julho de 2007. Durante sua trajetória na corporação, ocupou cargos na diretoria de Logística e Administração Policial e na Academia Nacional de Polícia.
A servidora também exerceu a função de chefe-substituta da Delegacia de Inquéritos Policiais Especiais, na Superintendência Regional do Distrito Federal, onde atuou como corregedora-substituta. Em 2021, Marília assumiu o cargo de diretora de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça.