Em um universo de mais de 5,5 mil municípios, apenas dois prefeitos assumidamente LGBTQIA+ conseguiram se eleger no primeiro turno das eleições de 2024. Os dados são da ONG VoteLGBT, que monitorou as candidaturas com base nos registros oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número escancara a ainda tímida presença de pessoas LGBTQIA+ em cargos majoritários no Brasil.
MINAS GERAIS NA VANGUARDA
Os dois prefeitos eleitos são de Minas Gerais. Rafael Freire (PSB) foi reeleito em Alpinópolis e Donatinho (PSD) garantiu mais um mandato em Santa Bárbara do Tugúrio. Ambos são gays, o que também revela a ausência de diversidade dentro da própria sigla LGBTQIA+, com a sub-representação de pessoas trans, lésbicas, bissexuais e outras identidades de gênero e orientação sexual nas disputas municipais.
Reeleito aos 30 anos, com aumento de patrimônio e ampla vantagem
Rafael Freire, que administra Alpinópolis, conquistou a reeleição com 7.527 votos, o equivalente a 62,28% dos válidos. Aos 30 anos, é solteiro, se declara branco e apresentou ao TSE um patrimônio de R$ 104.052,12. Em 2020, quando foi eleito pela primeira vez, seus bens somavam R$ 22.120,53 — um crescimento considerável no período.
DONATINHO: MUDANÇA DE PARTIDO, MESMO RESULTADO
Donatinho, agora no PSD, também foi reconduzido ao cargo. Obteve 2.106 votos, ou 58,79% do total. Negro, solteiro e com 37 anos, declarou patrimônio de R$ 806 mil ao TSE. O salto patrimonial é notável: em 2020, quando se elegeu pela primeira vez pelo Partido Patriota, seus bens somavam R$ 201.375.