SEÇÕES

Consórcio de limpeza diz que Prefeitura de Teresina não pagou R$ 50 milhões e acusa 'desinformação'

O Consórcio Recicle/Aurora denunciou o que chama de hostilidade institucional desde a posse da atual gestão, em janeiro deste ano.

Consócio Recicle/Aurora se defende das acusações sobre o não pagamento dos funcionários. | Foto: Divulgação
Siga-nos no

A crise na coleta de lixo em Teresina ganhou novo capítulo com a nota oficial divulgada pelo Consórcio EcoAmbiental (Recicle/Aurora), na noite de terça-feira (10). A empresa responsabilizou a Prefeitura Municipal de Teresina (PMT) e a Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (ETURB) pela paralisação parcial dos serviços, acusando-as de promover "desinformação reiterada" e inadimplência que ultrapassa os R$ 50 milhões.

No documento, a Recicle, que integra o Consórcio EcoTeresina, afirmou atuar com “profundo respeito à população teresinense” e denunciou o que chama de hostilidade institucional desde a posse da atual gestão, em janeiro deste ano.

EMPRESA REAGE A ACUSAÇÕES

A posição da ETURB, presidida por Vicente Filho, foi o estopim para a resposta contundente do consórcio. O gestor público teria afirmado que a empresa mantinha “mais de mil funcionários fantasmas” e apresentava faturas mensais de R$ 23 milhões, o que foi categoricamente rebatido.

A declaração do presidente da ETURB [...] carece de qualquer respaldo técnico ou documental”, afirmou a nota, ressaltando que tais acusações já foram esclarecidas administrativamente junto ao próprio órgão, sem qualquer impugnação formal.

DÍVIDAS E INTERFERÊNCIA JUDICIAL

O consórcio elencou valores detalhados da suposta dívida: R$ 19 milhões em dezembro de 2024, R$ 12 milhões entre janeiro e abril de 2025 — pagos a menor, segundo liminar judicial — e R$ 19,7 milhões em maio, cujas notas fiscais estariam sendo “ilegalmente retidas”.

A Recicle destacou que uma decisão judicial já determinou o pagamento integral dos valores reduzidos entre janeiro e abril, ainda assim não cumprida. Sobre o mês de maio, a empresa afirma que as notas foram aprovadas pelas Superintendências de Desenvolvimento Urbano (SDUs), mas ainda assim estão bloqueadas.

LICITAÇÃO EM XEQUE

Outro ponto levantado pela empresa diz respeito à mobilização de uma empresa concorrente que teria iniciado operações antes mesmo da conclusão da licitação. Segundo o consórcio, caminhões da nova empresa já circulavam na capital, em aparente afronta aos princípios da legalidade, isonomia e moralidade da administração pública.

O texto oficial cobra explicações:
Prefeitura de Teresina e ETURB, podem explicar à população por que uma empresa concorrente já operava com caminhões na cidade antes da conclusão da licitação?

COMPROMISSO E COBRANÇA

Apesar do tom crítico, a Recicle afirmou que permanece comprometida com a cidade:
Tão logo os pagamentos em atraso sejam regularizados, o Consórcio priorizará a quitação imediata das pendências salariais e operacionais, mantendo a qualidade dos serviços prestados.”

A empresa conclui reafirmando que seguirá atuando com “responsabilidade e transparência”, enquanto aguarda das autoridades públicas a mesma postura com relação à verdade e o interesse coletivo

Tópicos
Carregue mais
Veja Também