SEÇÕES

Coronel diz que apelido “professora” para Moraes veio de Mauro Cid

Segundo o coronel Marcelo Câmara, a expressão era usada em tom de brincadeira, sem a intenção de mascarar qualquer conteúdo.

Coronel diz que apelido de Moraes veio de Mauro Cid | Foto: Antonio Cruz
Siga-nos no

O apelido “professora” para se referir ao ministro Alexandre de Moraes foi criado pelo tenente-coronel Mauro Cid. A informação é do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro e réu na investigação que apura a tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder, que prestou depoimento nesta quinta (24), no Supremo Tribunal Federal (STF). 

Depoimento

Segundo ele, a expressão era usada em tom de brincadeira, sem a intenção de mascarar qualquer conteúdo. Durante o depoimento, Câmara afirmou que entrou na brincadeira iniciada por Cid, mas garantiu que jamais teve a intenção de ocultar informações. 

Contraste

A fala contrasta com a delação de Mauro Cid, que relatou o uso de codinomes para esconder conversas sobre o ministro e o pedido de Bolsonaro para monitorar Moraes. Segundo Cid, esse monitoramento fazia parte da chamada “Operação Copa 2022”, que teria como objetivo a "neutralização" do magistrado.

Investigação

Procuradoria-Geral da República (PGR) apura se houve uso de mecanismos sofisticados de espionagem por militares para vigiar autoridades, além da existência de planos para assassinar Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Câmara, no entanto, negou qualquer participação em ações ilegais e disse que as informações que trocava com Cid eram públicas, utilizadas apenas para fins logísticos.

Mensagens

Ele citou como exemplo a troca de mensagens sobre o trajeto de Moraes no dia da diplomação de Lula, afirmando que a informação estava num convite emitido pelo TSE e servia apenas para prever uma eventual presença de Bolsonaro no evento. “Essas rotas estavam no convite. Não houve nada de ilegal”, explicou o coronel.

Declaração

Por fim, Câmara afirmou nunca ter cometido atos ilícitos ao longo de seus 30 anos de carreira no Exército e rechaçou a acusação de envolvimento em organização criminosa. Conforme a PGR, os réus dos núcleos 2 e 4 — entre eles o coronel — são investigados por supostamente coordenar ações como o bloqueio de rodovias por agentes da PRF, a redação de um decreto golpista e até o planejamento de assassinatos de autoridades.

Nomes do núcleo

Fernando de Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-número dois da Segurança Pública do DF;

Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro;

Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência no governo Bolsonaro;

Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;

Mário Fernandes, general da reserva e ex-assessor da Presidência no governo Bolsonaro;

Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF no governo Bolsonaro.

(Com informações do g1)

Tópicos
Carregue mais
Veja Também