Na manhã desta quarta-feira (12 de novembro), o vereador Dudu (PT), presidente da CPI do Rombo, apresentou o relatório final dos trabalhos realizados ao longo de seis meses na Câmara Municipal de Teresina. A conclusão do colegiado nega a existência do suposto rombo financeiro de R$ 3 bilhões alegado pelo prefeito Sílvio Mendes (União Brasil).
“Nós podemos chegar à conclusão, chegamos à conclusão de que não houve e não há esse rombo de R$ 3 bilhões apresentado pelo prefeito Silva. Esse é um ponto principal”, afirmou Dudu durante a coletiva.
Segundo o parlamentar, a análise técnica e documental das despesas mostrou que os valores apontados como déficit são, na verdade, obrigações regulares do município.
“Por todo o levantamento feito dos números. Todos esses números apresentados aqui — R$ 1,8 bilhão de despesa de longo prazo dos empréstimos — todos estão transcorrendo normalmente. São despesas do município, inclusive autenticadas pela atual gestão”, explicou.
DESPESAS CORRENTES E DÍVIDAS AUTENTICADAS
O relatório destaca ainda que as dívidas citadas pela atual gestão — que somam R$ 1,12 milhão de curto prazo e R$ 110 milhões da área da saúde — estão devidamente reconhecidas pela administração atual.
“Essa de curto prazo que soma R$ 1,12 bilhão é despesa corrente do município, autenticada pela atual gestão. E a de R$ 110 milhões da saúde é fruto de uma auditoria feita na Fundação Municipal de Saúde, iniciada, acredito eu, na gestão anterior”, acrescentou o presidente da CPI.
RELATÓRIO FINAL E POSSÍVEIS IRREGULARIDADES
A CPI da Dívida, como também é chamada, foi aprovada nesta quarta-feira (12) e reforça que não há rombo de R$ 3,6 bilhões deixado pela gestão anterior.
“Em nenhuma despesa corrente da Prefeitura houve pedido de tomada de conta especial. Nem na educação, nem na saúde e nem em nenhum outro órgão expressivo”, afirmou o vereador.
Apesar disso, Dudu apontou que a comissão identificou indícios de irregularidades na aplicação de recursos provenientes de empréstimos do Banco do Brasil, que totalizam R$ 720 milhões. Um dos casos citados é o da construção do Hospital da Mulher, anunciada em 2021. Segundo ele, o terreno onde o hospital foi erguido valia R$ 2 milhões, mas foi adquirido por R$ 16 milhões, o que deverá ser analisado em processos específicos.