Mensagens analisadas pela Polícia Federal (PF) revelam que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) enviou ofensas ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, depois de uma entrevista em que o ex-chefe do Executivo falou sobre o conflito entre o filho e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
De acordo com o relatório, Eduardo demonstrou irritação com as declarações do pai. Em uma das mensagens, escreveu: "Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas graças aos elogios que você fez a mim no Poder 360 estou pensando seriamente em dar mais uma porrada nele, para ver se você aprende".
Na sequência, o deputado enviou: "VTNC SEU INGRATO DO CARALHO!"
Segundo a PF, a conversa prosseguiu com Eduardo fazendo referência a termos usados pelo ex-presidente na entrevista: "Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VC ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se fuder é vc E VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA VIDA NESTA PORRA AQUI!"
O diálogo terminou com a mensagem: "Tenha responsabilidade!" Jair Bolsonaro respondeu com dois áudios, mas a PF informou que não conseguiu recuperar o conteúdo.
Conversas sobre "anistia light"
Ainda segundo o relatório, Eduardo Bolsonaro também enviou mensagens ao pai falando em "anistia light". O documento aponta que o deputado demonstrava preocupação com os elogios de Jair Bolsonaro a Tarcísio de Freitas e como isso poderia afetar sua posição política nos Estados Unidos.
"Constata-se que o investigado temia que as declarações impactassem negativamente sua posição e suposta influência no exterior, podendo ‘decretar o resto da sua vida’ nos EUA", registra o relatório.
O documento também destaca que Eduardo se referiu de forma pejorativa aos Estados Unidos ao afirmar: "E VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA VIDA NESTA PORRA AQUI".
Para a PF, a conversa terminou com Eduardo "evidenciando sua intenção criminosa objetivando apenas tentar livrar Jair Bolsonaro de uma eventual condenação criminal".
Críticas a Tarcísio de Freitas
Em outro trecho citado no relatório, Eduardo Bolsonaro escreveu: "Agora ele quer posar de salvador da pátria. Se o sistema enxergar no Tarcísio uma possibilidade de solução, eles não vão fazer o que estão pressionados a fazer. E pode ter certeza, uma 'solução Tarcísio' passa longe de resolver o problema, vai apenas resolver a vida do pessoal da Faria Lima."
Malafaia citado em relatório
No mesmo inquérito, a PF registrou mensagens atribuídas ao pastor Silas Malafaia, em que ele falava em "próxima retaliação contra ministros do STF e suas famílias."