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Eleitores indecisos para 2026 veem tarifaço de Trump como guia para voto

Entenda as razões dos eleitores indecisos em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Minas Gerais. Descubra o que pode influenciar o voto em 2026 e como a soberania nacional e a economia são fatores chave.

Eleitores indecisos: o voto em disputa para 2026 | Foto: Reprodução
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Eleitores das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e do estado de Minas Gerais, regiões também tidas como decisivas, Lucas, Célio, Lorena, Vinícius, Fabiana, Walter, Letícia e Wagner têm razões distintas para não adiantar o voto. As preocupações passam por demandas antigas, como a segurança pública e a corrupção, e se juntam a outras mais recentes. Nas primeiras entrevistas, os reflexos danosos do tarifaço de 50% aos produtos brasileiros, ameaçado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, foram citados como relevantes na balança para 2026 e evidenciaram o apelo da pauta de soberania e, em segundo plano, o peso da economia.

na tres anos, eles toram tunaamentais para a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro. E com a polarização persistente - entre lulistas e demais simpatizantes da esquerda de um lado, e bolsonaristas e antipetistas do outro - serão ainda mais relevantes em 2026. Estimada pelo diretor da Quaest, Felipe Nunes, em 10% do eleitorado, a fatia da população com posição não calcificada e, portanto, com o voto ainda em disputa.

Quem entender mais rapidamente o perfil, os valores, as atitudes e crenças dos indecisos levará vantagem. Eles são ainda mais centrais do que há três anos para se avançar em um jogo com bolsões de apoio cristalizados - avalia Felipe Nunes, da Quaest, que tem destacado, nesse universo, o papel dos empreendedores individuais e dos chamados liberais sociais, grupo que antes preferia o PSDB em eleições presidenciais e tem a defesa da democracia como bandeira.

Concentrado nos maiores centros urbanos, a fatia entre os polos que deverá ser cobiçada pelos postulantes ao Planalto tendeu mais a Lula em 2022 em defesa da democracia, mas parte dela agora se vê, a um ano e três meses do pleito, descontente com o seu governo, embora essa não seja uma posição definitiva - a pressão de Trump pela anulação do julgamento de Bolsonaro na ação pelo atos golpistas é um exemplo de que uma reaproximação é possível. O tema, aliás, chegou a ser mais mencionado na última semana do que outra aposta eleitoral do governo Lula, o avanço da justiça social via reforma tributária.

O impacto do tarifaço foi gigante e, com ele, Lula resolveu dois problemas:

Unira esquerda, que andava desanimada e desenganada, e dividir a direita, avançando sobre o centro. A aproximação via soberania nacional tem valor maior, pois une as pessoas em torno de uma bandeira, de um projeto político - diz Nunes.

De Belo Horizonte e com dificuldade em encontrar "opções claras", , Fabiana Gomes, 48 anos, administradora de um centro de pesquisa científica, já foi eleitora do PSDB, em seus antigos moldes. Foi de Lula em 2022 "para tirar Bolsonaro".

Mas insatisfeita com o que percebe ser a incapacidade do Executivo de negociar com o Congresso pautas urgentes, como a liberação do orçamento federal, atrasada por três meses neste ano.

Em São Paulo, o atendente da Shopee Vinícius dos Santos, 31, achou "o máximo" o discurso da soberania, embora critique o desgaste dos 17 anos do PT na Presidência e a dificuldade de comunicação com os jovens.

De Salvador, a empresária Letícia Ferreira, 47, votou em Lula em 2022 e, embora satisfeita com o governo, se diz aberta, a essa altura, a "candidatos qualificados, mas desde que não atuem contra o Brasil".

- Depois dessa, se o segundo turno tiver o presidente e um bolsonarista, não só voto pela reeleição como faço até campanha - afirma.

No Rio, Wagner Oliveira, 33, morador do Jacarezinho, na Zona Norte, defende que o enfoque dos governos deveria estar centrado na classe E, que recebe até R$ 2 mil, mas relata que não tem tido suas preocupações atendidas. No passado, já deu chances ao PT e a Bolsonaro, mas para convencê-lo a votar no ano que vem, seria preciso mais do que o apoio de um deles. Como entregador por aplicativo que circula pelo Méier, também na Zona Norte, ele diz que só apoiará um candidato que tenha "um plano claro" e que possa atender a sua categoria.

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