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Empresário diz que grupo de Milei cobrou R$ 28 milhões para promover golpe

A moeda digital perdeu valor rapidamente após a promoção oficial, levantando suspeitas sobre seu lançamento e impacto no mercado.

ulian Peh, da empresa de criptomoedas, e Javier Milei. | Foto: Reprodução
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O jornalista e economista argentino Alejandro Bercovich revelou em seu programa La ley de la selva, transmitido pela emissora C5N, que uma pessoa próxima ao presidente Javier Milei teria recebido um pagamento de US$ 5 milhões para que o chefe de Estado promovesse a criptomoeda $Libra. A acusação tem como base informações fornecidas pelo empresário Díogenes Casares, especialista em finanças descentralizadas e filho do também empresário Wenceslao Casares. Segundo ele, houve acesso a detalhes do esquema.

Suposto suborno para impulsionar criptomoeda

Bercovich trouxe a público as declarações de Casares, que indicam que o pagamento teria sido intermediado para garantir que Milei promovesse publicamente a criptomoeda. "Um importante empresário do setor, pioneiro, está assegurando que alguém do entorno de Milei cobrou 5 milhões de dólares para que o presidente fizesse essa promoção", declarou o jornalista em seu editorial.

A divulgação da suposta fraude acontece em meio a um escândalo financeiro que teria causado prejuízos a milhares de investidores. A moeda digital perdeu valor rapidamente após a promoção oficial, levantando suspeitas sobre seu lançamento e impacto no mercado.

Bastidores do esquema e indícios de fraude

Casares relatou que, antes mesmo da divulgação oficial da $Libra, rumores já circulavam sobre o desenvolvimento de um token vinculado ao presidente argentino. "Mais de uma semana antes, comecei a receber mensagens de amigos sobre um rumor de que estava sendo criada uma moeda meme centrada em Milei. No início, consultei algumas pessoas associadas ao governo, que me garantiram que não havia nada disso acontecendo. Tranquilo, disse a meus amigos que a história não era real", relatou Casares.

Contudo, ao aprofundar suas investigações, ele obteve confirmação de que havia um projeto para lançar um token chamado $Afuera, supostamente criado para arrecadar fundos para a "batalha cultural" de Milei. No entanto, o plano não teria sido concretizado.

A grande reviravolta aconteceu quando Casares foi informado de que alguém do círculo próximo ao presidente teria aceitado um suborno milionário para promover a criptomoeda $Libra. "Me disseram que alguém próximo a Milei recebeu um suborno milionário para colocar o token diante do presidente. Para ser claro, isso não significa que Milei recebeu dinheiro diretamente, mas sim que alguém muito próximo a ele teria aceitado esse pagamento para garantir que o presidente promovesse a criptomoeda. A importância dessa pessoa e a confiabilidade da fonte (embora eu não possa verificar tudo completamente) me preocupou muito e me fez pressionar mais", explicou Casares.

Repercussão e impacto político

A polêmica ocorre poucos dias depois de Milei tentar minimizar as denúncias, alegando que menos de 5 mil pessoas teriam sido prejudicadas pelo colapso da $Libra. No entanto, Bercovich rebateu essa versão, classificando o caso como "um escândalo que sacode a Argentina e parte do mundo".

"O dia dos namorados foi marcado por um presidente promovendo um golpe com criptomoedas, que gerou US$ 110 milhões em ganhos para alguém do entorno de Milei", denunciou o jornalista, reforçando a gravidade do caso.

A crise gerada pelo episódio intensifica as dificuldades enfrentadas pelo governo de Milei, que já lida com desafios políticos e econômicos significativos. O possível envolvimento, direto ou indireto, do presidente argentino com um golpe financeiro amplia a desconfiança sobre sua gestão e pode aprofundar a instabilidade política, enquanto novas investigações continuam a surgir.

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