Oeiras
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O município de Oeiras, considerado o núcleo mais antigo do Piauí, tem sua origem ligada às expedições de conquista e povoamento do sertão nordestino, especialmente à liderança de Domingos Afonso Mafrense, que em 1674 percorreu toda a região centro-sul do atual estado, dominando vastas áreas até o rio Parnaíba.
Influenciada por essa expedição, outra investida partiu de Pernambuco, avançando pelos sertões de Cabrobó e, segundo registros históricos, ambas teriam cruzado a região onde mais tarde surgiria Oeiras. Mafrense chegou a requerer sesmarias e fundar diversas fazendas de gado, incluindo a conhecida Fazenda Cabrobó, onde residiu e organizou um arraial com índios catequizados.
A origem da cidade está profundamente relacionada ao desenvolvimento da pecuária. Na localidade conhecida como Mocha, nome derivado de um riacho, surgiu uma povoação com uma capela, vinculada à freguesia de Cabrobó, então sob jurisdição da Diocese de Pernambuco. Em 1696, a povoação foi elevada à categoria de freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora da Vitória, e, posteriormente, em 1712, à condição de vila, ainda com o nome de Mocha.
Em 1758, Mocha foi designada como capital da Província do Piauí. Três anos depois, em 1761, a vila foi elevada à condição de cidade, passando a se chamar Oeiras, em homenagem ao Conde de Oeiras, título nobre do futuro Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I de Portugal.
Oeiras exerceu papel central na história do estado, sendo o ponto de partida da colonização e das principais decisões políticas por quase um século. No entanto, em 1852, a capital foi transferida para Teresina, provocando um longo período de declínio político e econômico. Essa fase de decadência se estendeu até a década de 1930, quando a exportação da cera de carnaúba começou a impulsionar novamente a economia local.