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Ex-presidente da Funai é condenado por coagir servidores para autorizarem licenciamento de obra

Marcelo Augusto foi condenado a dez anos de prisão pela Justiça do Amazonas; o acusado pode recorrer

Ex-presidente da Funai, Marcelo Augusto, condenado a dez anos de prisão por perseguir servidores | Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil
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Nessa quarta-feira (15), o ex-presidente da  Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, foi condenado a dez anos de prisão pela Justiça Federal do Amazonas por perseguir servidores do órgão, integrantes da Associação Waimiri Atroari e outras entidades que atuam em defesa dos povos originários. 

Marcelo foi presidente da fundação ainda no governo Bolsonaro e assediava moralmente os servidores para aprovar a parte da Funai no processo de licenciamento ambiental do Linhão do Tucuruí, linha de transmissão de energia entre Manaus e Boa Vista.

A decisão, determinada pelo juiz Thadeu José Piragibe Afonso, da 2ª Vara Federal Criminal do Amazonas, revelou que o ex-presidente atuou para “intimidar e pressionar” os servidores a aprovar o licenciamento durante o governo Bolsonaro.

De acordo com o juiz do caso, o ex-presidente solicitou à PF abertura de investigações contra os funcionários do órgão.

“O intuito do acusado de conferir celeridade ao processo de licenciamento do Linhão, ignorando formalidades administrativas, apontamentos técnicos e a própria história da população indígena diretamente envolvida, mostra-se patente e delineia a motivação por detrás do pedido de instauração do inquérito: retaliar e pressionar seus subordinados a tocar para frente o licenciamento da obra”, afirmou.

O magistrado também informou que o acusado sabia que as acusações não tinham fundamento.

“As vítimas, além de inocentes, não apresentavam qualquer motivação ou conduta criminosa. Sua inclusão nos procedimentos foi infundada tecnicamente, dolosa subjetivamente e instrumentalizada politicamente, somente porque contrariavam os interesses políticos de que o ex-presidente da Funai nutria devoção", completou.

O QUE DIZ A DEFESA

Em nota enviada à Agência Brasil, o advogado Marcos Soares Júnior disse que recebeu a condenação com “perplexidade e indignação” e reiterou que os atos praticados por Marcelo Augusto Xavier estavam baseados no cumprimento do exercício legal da função.

A defesa acrescentou que vai recorrer da decisão.

 “Pode-se afirmar com convicção que não há prova nos autos quanto à alegação de instrumentalização da Polícia Federal e Ministério Público para fins de pressionar ou perseguir servidores, lideranças indígenas e afins”, declarou a defesa.

Com informações de Agência Brasil

 

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