Com participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sem a presença da ex-prefeita Marta Suplicy, o diretório municipal do PT de São Paulo confirmou em ato realizado neste sábado a candidatura do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro. O evento, que teve participação de 2 mil pessoas, segundo a organização, teve clima de festa, coordenada pelo publicitário João Santana, o mesmo da campanha de Dilma para a presidênica em 2010.
Ainda com tosse, por causa dos medicamentos utilizados no tratamento do câncer, Lula extrapolou mais uma vez o tempo que ele estabeleceu, de dez minutos, para o discurso. Sem citar nome, o ex-presidente atacou o principal adversário de Haddad, José Serra (PSDB). Procurada, a assessoria de Serra disse que não iria se manifestar.
"Os teus adversários são possivelmente os mais frágeis adversários. Tem um que já está desgastado. Eu nem sei por que ele foi candidato a prefeito. Alguém que foi eleito prefeito e não exerceu o mandato. Alguém que usa a cidade apenas como trampolim para ser candidato a governador. Que achou que governador era pouco, que não cumpriu o seu mandato e saiu para ser candidato a presidente e tomou uma tunga da presidente Dilma. Que estava desesperado porque o governador é o principal adversário dele aqui em São Paulo, resolve voltar a ser candidato na cidade de São Paulo, que ele abandonou com um ano e quatro meses de mandato", disse Lula, sob aplausos da militância.
O ex-presidente lembrou mais uma vez das enchentes na cidade e disse que Haddad deve governar para os pobres da periferia, mas sem deixar de cuidar da classe média. "As pesquisas estão mostrando neste momento, não que ele (Haddad) não tem voto, mas que ele não é conhecido pelo povo de São Paulo. O desafio que está colocado para nós não é apenas falar com os 30% a 35% que já votam na gente, mas com os 15% que por alguma razão ainda temem votar no PT, ou por preconceito, ou por medo ou por falta de informação. É essa gente que devemos procurar", disse Lula.
O ex-presidente não fez referência à recente polêmica que se envolveu com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mendes, segundo a reportagem da revista Veja, disse que Lula pressionou o ministro para o adiamento do julgamento do mensalão. Lula, em nota, disse que seu sentimento diante da reportagem era de indignação.
Os ministros Aloizio Mercadante (Educação), Miriam Belchior (Planejamento) Alexandre Padilha (Saúde) e José Eduardo Cardoso (Justiça) compareceram ao encontro ao lado dos ex-ministros José Dirceu e José Genoino.
Haddad, que discursou acompanhado pela mulher, Ana Estela, e dois filhos,baseou seus discurso nas realizações do Ministério da Educação, criticou a falta de investimentos, ressaltou o apoio de Lula e da presidente Dilma Rousseff e comprometeu-se a combinar investimentos com ideias criativas.
Jovens
Painéis publicitários que decoram o saguão onde o diretório municipal do PT realiza neste sabado o encontro municipal que refrenda o nome de Fernando Haddad como candidato a Prefeitura de São Paulo mostram que a campanha do petista sera endereçada ao público jovem e usará elementos copiados das redes sociais.
Painéis que retratam jovens de diversas etnias destacam que Haddad representa "o novo", argumento utilizado pelo ex-presidente Lula na escolha do ex-ministro da educação como candidato.
O publicitário João Santana comanda pessoalmente a organização da festa neste sábado e evitou falar com os repórteres. Um dos cartazes exposto utiliza o polegar para cima usado no Facebook. Outro se apropria do sinal de hashtag usado no Twitter. Um dos slogans estampado em banners diz "um homem novo para um tempo novo."