O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se tornou alvo de críticas nas redes sociais após deixar o Brasil justamente na véspera da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o uso de tornozeleira eletrônica por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Diante da repercussão negativa, Flávio afirmou que estava apenas tirando férias: "Estou em viagem programada com minha família desde o ano passado, durante o recesso parlamentar de julho e férias escolares de minhas filhas."
Base bolsonarista mobilizada
O comunicado do senador foi publicado às 18h35 deste domingo (20), no mesmo momento em que diversos parlamentares aliados do ex-presidente desembarcavam em Brasília, atendendo ao chamado para encurtar o recesso parlamentar e participar de votações em apoio a Bolsonaro. A expectativa é de que moções de "apoio, solidariedade e louvor" sejam apresentadas no Congresso a partir desta segunda-feira (21).
Bolsonaro se articula
O próprio Jair Bolsonaro, mesmo sob medidas restritivas, deve comparecer ao Congresso nesta segunda. Ele teria conversado com o pastor Silas Malafaia e com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do partido, para discutir estratégias com sua base, em mais um movimento de confronto contra Moraes e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Aliados se revoltam
Apesar da tentativa de justificar a ausência, Flávio não escapou das críticas de nomes relevantes do bolsonarismo digital. O blogueiro Allan dos Santos, que está nos Estados Unidos, escreveu: "Se funcionário público trabalhasse a iniciativa privada, estaria demitido na primeira crise. Sorte a de vocês que ninguém consegue demiti-los." Já Kim Paim ironizou: "Espero um dia ter condições de tirar férias, tô desde 2019 tentando, mas venho precisando trabalhar todo santo dia."
Cobrança nas redes
Um apoiador revoltado resumiu o sentimento de parte da militância: "Então, interrompa! Vc tem um trabalho a fazer. Ou vai ficar por aí curtindo férias enquanto o Brasil está pegando fogo e seu pai correndo risco de vida? (...) Vc tem a obrigação de estar no congresso amanhã como vários outros irão fazer." Mesmo com a promessa de retornar em 1º de agosto, Flávio segue sob pressão. Em seu post, provocou: "Dia 1º/Ago estarei de volta a Brasília, esperando que Lula já tenha resolvido a taxa de 50% sobre o Brasil, que foi parar na mesma prateleira da Venezuela quando o assunto é falta de democracia."