Considerada foragida da Justiça brasileira, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) segue ativa nas redes sociais por meio de um perfil alternativo no Instagram. O primeiro post da conta foi feito em 13 de junho, cerca de 10 dias após o ministro Alexandre de Moraes determinar, em 4 de junho, a remoção de seus perfis oficiais.
Criado em maio de 2025, o perfil tem cerca de 4.600 seguidores e é usado para comentar temas da política nacional e reforçar críticas ao STF. Apesar da suspensão das contas principais, o novo perfil permanece acessível e vem sendo atualizado com frequência.
Críticas a Moraes e ao governo
Há seis dias, Carla Zambelli publicou um vídeo em seu perfil alternativo, com críticas direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes e ao governo federal, em razão do aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos.
“Olá, pessoal, aqui é Carla Zambelli. Muita coisa tem acontecido no Brasil, não é?”, diz no vídeo. Ela chama as tarifas de “Taxa Moraes” e afirma que “faz muitos anos que o Moraes está brincando de ditador”.
No mesmo post, parabeniza o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), “pela coragem de enfrentar certas coisas que nenhum outro presidente teve coragem de enfrentar”, agradece o apoio do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante.
A deputada Carla Zambelli afirma estar confiante no processo em andamento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que irá decidir sobre a possível perda de seu mandato. Além do perfil alternativo no Instagram, Zambelli também publica textos no Substack, onde compartilha reflexões sobre sua situação política e faz comentários sobre o cenário nacional.
Nas postagens, Carla Zambelli define sua situação como um "exílio", embora seja formalmente considerada foragida, por descumprir medidas cautelares e se recusar a entregar o passaporte, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
A conta alternativa também divulga vídeos em parceria com sua mãe, Rita Zambelli, que reforça o discurso da filha e compartilha mensagens de apoio. Em 17 de junho, Carla convidou os seguidores a acompanharem seus novos canais de comunicação e afirmou que continuará usando plataformas alternativas para manter contato com sua base.
Zambelli é alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes e consta na lista de procurados da Interpol. Foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio do hacker Walter Delgatti Neto. Desde então, está fora do país e permanece foragida após a decretação da prisão pelo STF.