O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação dos 10 réus do chamado núcleo 3 da trama golpista.
Atuação em Duas Frentes
Segundo a PGR, o núcleo 3 atuou em duas frentes principais:
• Pressão sobre as Forças Armadas para viabilizar o golpe.
• Ações de campo para desestabilizar o regime democrático.
Plano Punhal Verde e Amarelo
A Procuradoria dividiu os réus em dois grupos. O primeiro era responsável por executar o plano Punhal Verde e Amarelo, que previa o monitoramento, a prisão e até a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A PGR afirmou que eles usaram conhecimentos técnicos e postos estratégicos para realizar ações de campo que buscavam neutralizar autoridades centrais da democracia e gerar instabilidade social necessária à ruptura institucional.
Pressão Sobre a Cúpula Militar
O segundo grupo, segundo a PGR, também utilizou conhecimento técnico e cargos estratégicos para pressionar a alta cúpula das Forças Armadas a assinar o decreto golpista que manteria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Ações Táticas na Estrutura Criminosa
Gonet afirmou ainda que os réus do núcleo foram responsáveis por ações táticas dentro da organização criminosa.
“É evidente a contribuição decisiva que proporcionaram para a caracterização dos crimes denunciados. integrantes deste núcleo pressionaram agressivamente o alto comando do Exército a ultimar o golpe de Estado", afirmou.
"Puseram autoridades públicas na mira de medidas leitais e se dispuseram a conegar forças militares terrestres ao serviço dos intentos criminosos. É significativo notar que os integrantes deste núcleo tinham ciência de que a narrativa da fraude eleitoral, que era difundida para tentar apoiar popular ao golpe, não procedia. Uma série de diálogos recolhidos nas investigações mostra que os réus estavam advertidos, daí desde o processo eleitoral” prosseguiu.
Provas Apontam Disposição Para Uso de Força Letal
Gonet citou áudios de Wladimir Soares, agente da Polícia Federal, admitindo que a equipe estava disposta a usar força letal, afirmando que iriam “matar meio mundo” se necessário. Wladimir foi investigado por enviar mensagens com informações sobre a segurança de Lula para servidores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o PGR, as investigações revelam a “disposição homicida e brutal” da organização criminosa, que se articulou e tomou providências executórias armadas para viabilizar o plano. Gonet também rebateu a tese das defesas de que um coronel não teria capacidade de influenciar um superior dentro da hierarquia do Exército.