Durante sua participação em um encontro promovido pelo Milken Institute, em Los Angeles, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil pretende aprofundar os laços com os Estados Unidos no segundo mandato de Donald Trump. A fala foi registrada pela Agência Brasil.
“Temos interesse em nos aproximar mais dos Estados Unidos. Fizemos isso na administração [do antecessor de Trump, Joe] Biden. Faremos isso na administração Trump”, disse Haddad, defendendo a ampliação do diálogo com Washington.
Para o ministro, as duas maiores economias do continente americano têm potencial para estabelecer colaborações estratégicas. “Há complementaridades importantes entre as nossas economias que podem e devem ser exploradas”, pontuou.
Multilateralismo e parcerias estratégicas
Além de tratar da relação com os Estados Unidos, Haddad reforçou que a política externa brasileira segue orientada pela cooperação multilateral, com ênfase nas alianças já consolidadas com a Europa, o Mercosul e países do Sudeste Asiático. Segundo ele, o governo busca manter uma postura pragmática e aberta a diferentes polos globais, ampliando a presença internacional do país.
Projeção otimista e reformas estruturais
Em sua apresentação, o ministro delineou um cenário positivo para o desempenho econômico do Brasil nos próximos anos. Ele destacou que as mudanças em curso na legislação, especialmente a reforma tributária sobre o consumo, e os ajustes em mercados como os de carbono, crédito e capitais, serão determinantes para esse avanço.
“A economia brasileira tem tudo para crescer em média 3% ao ano de forma sustentável”, estimou Haddad, enfatizando que essa taxa pode ser apenas um ponto de partida. “Isso [crescimento de 3% ao ano] é uma espécie de piso a partir do qual nós podemos voltar a sonhar”, declarou.
Nova política para data centers e agenda verde
Haddad também tratou das ações do governo voltadas à transição ecológica e à digitalização da economia. Um dos destaques é a formulação de uma nova política para o setor de data centers, que terá impacto direto na atração de investimentos e na desoneração tributária.
“A antecipação dos efeitos da reforma tributária permitirá que todo investimento no Brasil no setor seja desonerado e que toda exportação de serviços a partir dos data centers também seja absolutamente desonerada”, explicou o ministro.
A medida faz parte do Plano de Transformação Ecológica, iniciativa que visa alinhar o Brasil às tendências globais de tecnologia limpa e desenvolvimento sustentável. Segundo Haddad, a proposta busca posicionar o país como um polo regional de inovação tecnológica, aproveitando sua matriz energética majoritariamente renovável. A formulação da política conta também com o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.