Haddad afirma que reduzir tarifa agora seria medida populista

Com a desoneração, disse o prefeito, seria possível abaixar a tarifa em cerca de 7%.

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Fernando Haddad | Divulgação
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Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que reduzir a tarifa de ônibus seria uma medida populista e que não irá tomar essa decisão se tiver que retirar investimento de outras áreas do orçamento para aumentar o subsídio.

"A coisa mais fácil do mundo é agradar no curto prazo, tomar uma decisão de caráter populista sem explicar para a sociedade as implicações da decisão que você está tomando", disse.

Haddad apontou como única possibilidade para a redução a aprovação de um projeto de lei em discussão na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O projeto prevê a isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre diesel e pneu, entre outros insumos, para empresas de transporte coletivo.

"Estamos colocando R$ 600 milhões a mais na conta do subsídio para manter a tarifa nesse patamar, qualquer mudança disso implicará prejuízo para outras áreas. Não temos três alternativas, só temos duas: ou corta de outras áreas ou avança na política de desoneração", disse.

Com a desoneração, disse o prefeito, seria possível abaixar a tarifa em cerca de 7%. O aumento de R$ 3 para R$ 3,20, em vigor desde 1º de junho, foi de 6,67%.

Haddad disse que conversou sobre o projeto com a presidente Dilma Rousseff ontem, no aeroporto de Congonhas, mas negou que o encontro tenha sido emergencial, pois estava previsto antes da série de protestos. Ele disse ainda que telefonou ao ministro Guido Mantega (Fazenda).

Além do projeto, ele disse que tratou de recursos federais para a construção de corredores de ônibus no âmbito do PAC Mobilidade.

"Se eu tenho corredor de ônibus, diminuo os custos de transporte na cidade e melhoro a qualidade porque vou gastar menos combustível, o mesmo motorista e cobrador vão poder transportar mais pessoas por hora de trabalho."

Ele também disse que não irá usar a verba destinada à implantação do Bilhete Único Mensal para financiar uma redução da tarifa. O projeto, que permite viagens ilimitadas de ônibus por 30 dias e deve começar em novembro, tem impacto estimado em R$ 400 milhões no subsídio da prefeitura.

"Imaginar que nós podemos abrir mão de uma proposta que nós fizemos e com a qual nos comprometemos para usar o recurso em outra direção é criar uma contradição, que na minha opinião não deveria ocorrer, entre a rua e a urna."

VANDALISMO

Sobre os episódios de violência ocorridos ontem, durante o sexto protesto contra o aumento da passagem de ônibus, o prefeito disse que existem grupos no movimento que querem interditar o diálogo.

"Infelizmente o debate tem sido interditado por grupos que não confiam na democracia. São criminosos os que estão agindo nas ruas", criticou.

"Gestos como o de ontem não contribuem para o funcionamento da cidade. Independente da manifestação, as pessoas têm o direito de chegar ao trabalho, de chegar em casa. Mas você não precisa, para ter manifestação, excluir os demais direitos das pessoas. O que aconteceu foi uma atrocidade contra a cidade."

Sobre as críticas de que a Polícia Militar demorou a agir ontem, Haddad disse que telefonou ao secretário Fernando Grella (Segurança Pública) e ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ouviu explicações de que existe uma preocupação da polícia em só agir em último caso.

"Obviamente, depois da quinta-feira, existe uma preocupação muito grande para que, de parte da população, não haja uma percepção de que a polícia esteja em contradição com ela. Existe uma preocupação grande da Polícia Militar neste momento de só agir em último caso, preservando a integridade física das pessoas."

Na quinta-feira (13), a PM foi criticada por ter contido a manifestação com uso indiscriminado de balas de borracha, que atingiram inclusive jornalistas, e detenções de pessoas que portavam apenas frascos com vinagre --usado para amenizar os efeitos do gás lacrimogênio.

Haddad disse ainda que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) preservou o prédio da prefeitura e só acionou a PM "no tempo devido"



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