O quinto e último dia das audiências de instrução e julgamento no Fórum Eleitoral de Teresina, realizado nesta sexta-feira (28), marca a fase de interrogatórios dos réus no processo que envolve a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), o namorado e outros sete investigados. Eles respondem por lavagem de dinheiro, organização criminosa, peculato e fraude eleitoral, incluindo a suspeita de compra de votos financiada por uma facção criminosa.
O SILÊNCIO DOS RÉUS
O promotor eleitoral Plínio Fontes, que conduz a acusação, enfatizou que até o momento nenhum dos réus havia contribuído com esclarecimentos, optando pelo direito constitucional ao silêncio.
“Os réus foram ouvidos até hoje, exerceram o direito de ficar em silêncio. Não sei se vão exercer essa mesma estratégia hoje, é um direito deles, obviamente.”
Fontes reforçou que a decisão dos acusados de não responder às perguntas não prejudica o andamento das investigações:
“Isso é irrelevante, pro Ministério Público é irrelevante. O depoimento pessoal, obviamente, pode contribuir com alguma coisa, mas o porte da prova é a prova documental.”
PROVAS QUE SUSTENTAM A INVESTIGAÇÃO
Durante a entrevista, o promotor detalhou que o Ministério Público se apoia principalmente em elementos materiais reunidos ao longo do inquérito — considerados por ele como o eixo central da acusação.
“Extratos bancários, inúmeros PIX enviados, as mensagens mandando título de eleitor... e algumas provas testemunhais também foram importantes, mas isso a gente vai avaliar no momento oportuno.”
Segundo Fontes, as movimentações financeiras e as conversas recuperadas apontam para a existência de um suposto esquema de compra de votos envolvendo intermediários e repasses ilícitos.
“São as inúmeras movimentações bancárias, são o uso de laranjas, as mensagens trocadas falando em título eleitoral, em envio de PIX, ‘manda PIX pra cá, manda PIX pra lá’.
QUEM DEVE FALAR
Plínio Fontes informou ainda que estavam previstos os interrogatórios de quatro réus no último dia de audiência:
“A vereadora Tatiana, o Alan Gilson, o Fábio e a Emanuel.”
Mas lembrou que, até então, “nenhum falou”, reforçando que “nenhuma contribuição” foi dada pelos acusados desde o início da instrução.