O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se reunir nesta quarta-feira (29/10) com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para discutir a crise na segurança pública do Rio de Janeiro, um dia após a megaoperação policial que deixou mais de 60 mortos em confrontos com facções criminosas.
Lula retornou ao Brasil na noite desta terça-feira (28/10), após uma viagem oficial à Ásia. Durante sua ausência, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) havia assumido interinamente a presidência da República.
O encontro com Rui Costa deve marcar o início de uma série de reuniões do governo federal para tratar do tema. Ainda nesta quarta-feira, o ministro da Casa Civil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o diretor-executivo da Polícia Federal, William Murad, devem se reunir com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL).
Divergência sobre local do encontro
Apesar da urgência, o encontro entre os ministros e o governador ainda é motivo de impasse. Em nota, o governo federal informou que Rui Costa sugeriu uma reunião de emergência no Rio de Janeiro, para discutir medidas conjuntas de segurança.
No entanto, segundo revelou a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, há divergência entre as partes. Durante a conversa com Rui, o governador Cláudio Castro manifestou preferência por realizar o encontro em Brasília, enquanto os ministros de Lula defendem que a reunião deve ocorrer no próprio estado, diante da gravidade da situação.
Nos bastidores, integrantes do Planalto argumentam que não seria adequado Castro deixar o Rio em um momento de crise tão aguda, marcada por confrontos, fugas e forte presença policial em comunidades dominadas pelo Comando Vermelho.
Reunião de emergência no Planalto
Antes do retorno de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin já havia convocado, na tarde de terça-feira (28/10), uma reunião de emergência no Palácio do Planalto para avaliar o cenário.
Participaram do encontro, além de Rui Costa, os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), além do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos.
O grupo discutiu medidas imediatas de contenção e coordenação federativa para lidar com os desdobramentos da operação, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, com 64 mortos, entre eles quatro policiais.
Fontes do Planalto afirmam que Lula pretende acompanhar de perto a situação e exigir respostas coordenadas entre União, estado e forças de segurança para evitar uma nova escalada de violência nos próximos dias.