O governo Lula escolheu o funcionário de carreira do Banco do Brasil, Emmanoel Schmidt Rondon, para assumir a presidência dos Correios. O nome já teve o aval da Casa Civil e foi encaminhado ao Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração da empresa dos Correios. A previsão é que a nomeação ocorra até o fim desta semana.
Rondon irá substituir Fabiano Silva dos Santos — que vinha em licença desde 4 de julho, quando enviou a Lula uma carta com pedido de demissão.
DISPUTA ENTRE UNIÃO BRASIL E PT
A situação abriu uma disputa entre União Brasil e o PT para decidir quem terá a prerrogativa de indicar o nome para o comando da estatal. Atualmente, as seis diretorias da empresa são divididas meio a meio entre as duas legendas, com Fabiano tendo sido indicado pelos petistas. Procurado, o atual presidente dos Correios não quis comentar.
Interlocutores de Lula afirmavam que o presidente resistia em entregar os Correios ao União Brasil, empresa considerada simbólica. Durante seu primeiro mandato, a descoberta de desvios em 2005 foi ponto de partida para o mensalão, quando o comando estava com o PTB de Roberto Jefferson, aliado do Palácio do Planalto.
Na formação do governo, Lula alçou Fabiano Silva ao comando dos Correios, ignorando pedidos do União Brasil, que queria “porteira fechada” para indicar nomes na pasta. Fabiano foi visto como nome da cota de Lula, com ligação ao grupo Prerrogativas, crítico da Lava-Jato.
A nova direção deverá estar alinhada com a Casa Civil e realizar os cortes de pessoal diagnosticados como necessários pelo ministro Rui Costa, tarefa que Fabiano vinha resistindo a implementar.