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Lula participa de ato pela democracia com líderes mundiais nesta quarta (24)

Diferentemente de 2023, quando os Estados Unidos marcaram presença no evento ainda sob presidência de Joe Biden, neste ano o país não foi convidado

Lula discursa na ONU | Foto: Mike Seggar/Reuters
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta quarta-feira (24/09) de uma reunião com líderes do Chile, Colômbia, Espanha e Uruguai. O encontro visa discutir a defesa da democracia e o combate ao extremismo, e será realizado em paralelo à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

A agenda inclui debates sobre como fortalecer a democracia e o multilateralismo, além de estratégias para enfrentar o extremismo, a desinformação e o discurso de ódio. A expectativa é de que representantes cerca de 30 países estejam reunidos.

Diferentemente do ano passado, na primeira edição do fórum ainda sob o governo Joe Biden, quando os Estados Unidos estiveram presentes, neste ano o país não foi convidado. Segundo auxiliares de Lula, nenhum dos organizadores cogitou chamar os EUA, ou a atual administração de Donald Trump demonstrou interesse.

O evento é articulado por Lula com os presidentes Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai). Todos estão em Nova York para a 80ª Assembleia Geral da ONU, aberta na terça-feira (23) com o discurso do presidente brasileiro.

Relações internacionais

Ainda na Assembleia Geral, Trump também discursou. Logo após o brasileiro, o presidente americano afirmou que se encontrou rapidamente com Lula antes de subir à tribuna e que os dois acertaram uma reunião para a próxima semana. A expectativa é de que o encontro aconteça por telefone ou videoconferência.

Trump disse ter tido “uma química excelente” com o petista. “Ele parece um cara muito legal, ele gosta de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócios com gente de quem eu gosto. Por 39 segundos, nós tivemos uma ótima química, e isso é um bom sinal”, comentou.

Para a diplomacia brasileira, a possível conversa deve ser vista com cautela apesar do tom amistosos do americano. No Itamaraty, a orientação é preparar o encontro com minúcia, para evitar constrangimentos como os sofridos por líderes estrangeiros em reuniões anteriores com Trump, entre eles o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

A viagem é a primeira de Lula aos Estados Unidos desde a posse de Trump, em janeiro. O deslocamento ocorre em meio a crise diplomática considerada a maior das últimas décadas entre os dois países, após a imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como retaliação ao julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em suas falas na ONU, Lula declarou que a democracia e a soberania brasileiras são “inegociáveis” e classificou como “inaceitável” qualquer agressão ao Judiciário. O petista também condenou “falsos patriotas” e rejeitou a possibilidade de anistia a quem ataca a democracia.

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