O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (13), que “ninguém está desrespeitando direitos humanos” no Brasil.
A declaração foi feita durante cerimônia no Palácio do Planalto, um dia após os Estados Unidos divulgarem um relatório que aponta deterioração na situação dos direitos humanos no país.
“Ninguém está desrespeitando regras de direitos humanos como estão tentando apresentar ao mundo. Os nossos amigos americanos, toda vez que resolvem brigar com alguém, tentam criar uma imagem de demônio contra as pessoas com quem querem brigar”, disse Lula.
“Agora, querer falar em direitos humanos no Brasil... É preciso olhar o que acontece no país que está acusando o Brasil”, acrescentou.
O documento citado pelo presidente foi elaborado pelo Departamento de Estado dos EUA e faz críticas a ele e ao ministro do STF Alexandre de Moraes, além de mencionar a prisão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo por tentativa de golpe de Estado.
O “Relatório de Práticas de Direitos Humanos de Países em 2024” foi entregue nesta terça-feira (12) ao Congresso americano. O material reúne avaliações sobre 196 países membros da ONU e é considerado referência mundial, utilizado inclusive por tribunais nos Estados Unidos e em cortes internacionais.
No discurso, Lula ressaltou que o Brasil possui um “Poder Judiciário autônomo” que garante a Constituição.
“O Poder Executivo nem o Congresso Nacional têm qualquer incidência sobre os julgamentos que ocorrem na Suprema Corte”, afirmou.
“O Brasil não tinha nenhuma razão para ser taxado. Não aceitaremos a pecha de que não respeitamos os direitos humanos”, completou.
Ainda nesta quarta, o governo anunciou um pacote de medidas para responder ao aumento de tarifas imposto pelo ex-presidente americano Donald Trump sobre produtos brasileiros. Entre as ações previstas estão uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas, adiamento da cobrança de impostos e compra de produtos por entes federativos.
Lula afirmou que o país seguirá tentando negociar com os EUA para reverter a nova tributação.
“A gente vai continuar teimando em negociação porque gostamos de negociar. Não queremos conflito — nem com Uruguai, nem com a Venezuela, muito menos com os EUA. A única coisa que precisamos exigir é que a nossa soberania é intocável e ninguém deve dar palpite sobre o que temos que fazer”, disse.
O presidente também citou a Índia como exemplo.
“Temos muito a aprender com a Índia. Em vez de ficar chorando pelo que perdemos, vamos buscar conquistar outros mercados. O mundo é grande”, concluiu.