O tenente-coronel Mauro Cid, delator e réu na ação sobre a tentativa de golpe, solicitou sua saída do Exército. A informação foi revelada por sua defesa no primeiro dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Como delator do caso, a defesa de Cid foi a primeira a se manifestar. Em seguida, será a vez dos advogados de outros sete réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o advogado Jair Alves Ferreira, o pedido de baixa foi feito porque Cid “não tem mais condições psicológicas de permanecer na carreira militar”. O pedido foi feito há cerca de um mês e ainda não teve decisão.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tem relatado a pessoas próximas que o processo de colaboração premiada foi “traumático”, por envolver não apenas o ex-presidente, mas também generais de alta patente, como Braga Netto — preso por tentar obstruir as investigações e buscar cooperação — além de antigos colegas de farda.
Nas alegações finais apresentadas ao STF, a defesa destacou que a delação teve um alto custo pessoal para Cid, levando ao isolamento e à pecha de traidor. Ainda assim, os advogados ressaltam que seu depoimento foi decisivo para expor pontos centrais da suposta trama golpista.