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Exclusivo MP que substitui alta do IOF e aumenta arrecadação avança no Congresso

Comissão mista do Congresso aprova MP do IOF para equilibrar contas públicas, mas enfrenta resistências e concessões. Entenda os principais pontos e impactos.

Deputado Carlos Zarattini (PT-SP) | Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados
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Uma comissão mista do Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (7) a medida provisória (MP) que substitui o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e busca reforçar a arrecadação federal por meio de outras fontes, com o objetivo de equilibrar as contas públicas. O placar foi apertado: 13 votos favoráveis e 12 contrários.

O texto, que enfrentou resistência entre deputados e senadores, segue agora para votação no Plenário da Câmara dos Deputados e, posteriormente, no Senado Federal. O prazo é curto: a MP perde validade às 23h59 desta quarta-feira (8) se não for aprovada pelas duas Casas.

Editada em junho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a medida foi alvo de intensas negociações entre o relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), e diferentes bancadas do Congresso. Zarattini afirmou ter apresentado uma versão “possível”, após uma série de concessões.

Na segunda-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se envolveu nas discussões, preocupado com o risco de perda de arrecadação, o que poderia comprometer o orçamento do governo para 2026.

Principais pontos da medida

A proposta estabelece uma alíquota única de 18% de Imposto de Renda sobre os rendimentos de aplicações financeiras, abrangendo inclusive ativos virtuais, como criptomoedas.
Outro ponto é o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições de pagamento e fintechs, que passará de 9% para 15%.

Com o risco de a MP caducar e deixar de vigorar a partir de quinta-feira (9), o Palácio do Planalto cedeu em diversos trechos para garantir o avanço da proposta.

Itens retirados do texto

Entre os pontos excluídos estão:

  • o aumento da tributação sobre casas de apostas;

  • e a cobrança de Imposto de Renda sobre títulos atualmente isentos, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).

A manutenção da isenção das LCAs foi uma exigência da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), uma das mais influentes do Congresso, que ameaçou barrar a votação caso a proposta avançasse com essa tributação.

Na versão original, o Ministério da Fazenda estimava um ganho de mais de R$ 20 bilhões em 2026. No entanto, segundo Zarattini, as concessões feitas devem reduzir a previsão em cerca de R$ 3 bilhões.

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