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Oposição encerra ocupação do Plenário do Senado após quase dois dias

Pressão por pautas conservadoras e mobilização contra Alexandre de Moraes marcaram o ato.

Senadores de Oposição decidem deixar o Plenário após dois dias de ocupação. | Foto: Reprodução/TV Globo
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Depois de mais de dois dias de ocupação, os senadores da oposição deixaram na manhã desta quinta-feira (7) o plenário principal do Senado Federal. A saída se deu pouco antes da sessão deliberativa agendada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), para o final da manhã.


Acordo e gesto político

A liberação do espaço foi negociada ao longo da noite anterior, em reuniões entre os oposicionistas e o presidente do Senado. Rogério Marinho (PL-RN), líder do grupo, classificou a retirada como um sinal de boa vontade institucional.

"Fizemos um esforço hoje, junto aos nossos pares, e estamos neste momento nos retirando da Mesa do Senado da República para que os trabalhos possam fluir normalmente. Agora, às 11h, terá uma sessão virtual. Se o presidente entender por bem, poderá ser presencial. Nós estamos desobstruindo aqui, colocando nossa posição de participarmos dos debates que ocorrerão normalmente nas pautas que interessam ao Brasil", afirmou Marinho.


Movimentação também na Câmara

Na Câmara dos Deputados, a situação já havia sido contornada na noite anterior, com o retorno dos trabalhos após empasses protagonizados por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrentou resistência e tensão nas negociações, mas conseguiu retomar o controle do plenário.


Pautas em disputa

A ofensiva da oposição visava pressionar o Congresso a debater propostas que compõem a agenda conservadora, entre elas:

  • Anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023

  • Extinção do foro privilegiado

  • Abertura de processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF


Pressão sobre Alcolumbre

Durante o anúncio da desocupação, Marinho destacou a obtenção de 41 assinaturas em apoio a um ofício que cobra urgência de Alcolumbre para deliberar sobre o afastamento de Moraes. O senador potiguar disse esperar que o presidente do Senado “recepcione e avalie” o pedido.


Bunker dispensado

A saída dos parlamentares oposicionistas também eliminou a necessidade de uso do chamado "bunker" do Senado, uma sala alternativa situada no Prodasen — núcleo tecnológico da Casa — onde sessões chegaram a ser realizadas durante a pandemia. O espaço havia sido cogitado como alternativa para garantir o funcionamento do Legislativo.

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