O deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) recusou o convite do presidente Lula (PT) para assumir o Ministério das Comunicações. Em nota divulgada após reunião com a direção do partido, o parlamentar afirmou que pode contribuir mais com o país na liderança da bancada do União na Câmara. “Posso ajudar na construção de consensos e na formação de maiorias em pautas importantes para o Brasil”, declarou. 🏛️
Plano
O gesto é visto como estratégico. Pedro Lucas foi eleito líder da bancada em um processo turbulento no início do ano, em meio a disputas internas e acusações de interferência por parte do presidente da sigla, Antonio Rueda. Deixar o cargo agora poderia abrir espaço para um grupo opositor dentro do próprio partido assumir o comando — o que fragilizaria a base do governo na Casa.📡
Recusa
Conforme apuração dos jornalistas Luiz Felipe Barbiéri, Elisa Clavery e Zileide Silva, do G1 e Globonews, a recusa do deputado frustra os planos do Palácio do Planalto, que via na nomeação uma saída honrosa para a crise provocada pela queda do ex-ministro Juscelino Filho (União-MA), denunciado pela PGR ao STF por irregularidades em emendas parlamentares. O ministério está vago desde o dia 8 de abril 📆.
Encontro
Apesar de ter sinalizado aceitação inicial durante jantar com Lula e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Pedro Lucas esfriou a conversa nos dias seguintes. Nas redes sociais, indicou que ainda avaliava o convite — mas já vinha confidenciando à bancada que permaneceria na Câmara. 🚫
Bastidores
A decisão também evita um desgaste maior para Antonio Rueda. Caso Pedro Lucas deixasse a liderança, a ala rival poderia conquistar o cargo e, com isso, minar a influência de Rueda sobre a bancada, o que afetaria diretamente a articulação política do União com o governo e o destino de emendas 💸.
Estratégias
O senador Davi Alcolumbre (União-AP) também entra nesse tabuleiro. Ele tenta emplacar o nome de Juscelino Filho para a liderança da Câmara, fortalecendo sua própria influência. A permanência de Pedro Lucas atrapalha esses planos e reforça a divisão interna no União Brasil.
Enquanto o Planalto procura um novo nome para a pasta, o partido tenta conter o mal-estar. A justificativa oficial é de que manter Pedro Lucas na liderança é uma forma de preservar a unidade da bancada e evitar que setores oposicionistas ganhem protagonismo. No fim das contas, a recusa do ministério foi vendida como um gesto “em favor do governo” — ainda que a realidade seja bem mais complexa 🤝🔍.
Íntegra da nota divulgada por Pedro Lucas:
Com espírito de responsabilidade e profundo respeito pela democracia brasileira, venho a público agradecer ao presidente Lula pelo honroso convite para assumir o Ministério das Comunicações. A confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida.
Reflito diariamente sobre o papel que a política deve exercer: servir ao povo com compromisso, equilíbrio e coragem.
Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados. A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil.
Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil.
Seguirei lutando pelo bem-estar de todos os brasileiros, especialmente daqueles que mais precisam. Continuarei atuando com firmeza no Parlamento, buscando consensos, defendendo a boa política e acreditando que o respeito às diferenças é o que fortalece nossa democracia.
Pedro Lucas Fernandes (MA)