Após a denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) motivada por tentativa de golpe de Estado, a PGR deve avaliar os demais casos pelos quais o ex-presidente foi indiciado: o da falsificação do cartão de vacinação e o das joias sauditas vendidas no exterior.
Segundo fontes conectadas ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, a expectativa é que a avaliação desses casos seja concluída até o fim deste semestre, ou seja, até o mês de junho. Se forem encontrados elementos para novas denúncias eles devem ser apresentados dentro desse período de tempo.
No ano passado, a PGR considerou apresentar uma denúncia única que reunisse os três indiciamentos, já que a Polícia Federal (PF), em mais de uma oportunidade, apontou correlação entre os casos.
Entretanto, Gonet decidiu "fatiar" a denúncia e, neste primeiro momento, focar no indiciamento relacionado ao trama golpista. Na peça acusatória protocolada nesta terça-feira (18) junto ao Supremo Tribunal Federal, não são mencionadas vacinas ou joias.
Com a queda do sigilo da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi obtida a informação de que o próprio presidente ordenou que fossem inseridos dados falsos na sua carteira de vacinação contra a Covid-19.
Cid também revelou à PF que deu US$18 mil para Bolsonaro após vender as joias nos Estados Unidos. Segundo o delator, o valor das joias era de US$86 mil, mas o montante foi fracionado para que não fosse levantadas suspeitas.
O procurador-geral deve analisar agora esses dois outros casos. Ele tem três caminhos: oferecer denúncia diretamente (como ocorreu no caso do golpe), pedir novas diligências ou solicitar o arquivamento.