O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, declarou neste domingo (16) que a alta no preço da carne no país estaria relacionada à imigração. Em entrevista à Fox News, ele afirmou que imigrantes teriam reintroduzido no rebanho norte-americano uma doença já erradicada no continente.
Segundo Bessent, o avanço da enfermidade teria ocorrido “a partir da América do Sul”, supostamente trazida por migrantes que deslocaram-se com animais contaminados. Por conta disso, explicou ele, os Estados Unidos teriam sido obrigados a suspender temporariamente a entrada de carne bovina mexicana devido à presença da screw worm — conhecida no Brasil como mosca-da-bicheira.
Além de responsabilizar os imigrantes, o secretário também direcionou críticas ao governo do ex-presidente democrata Joe Biden. Bessent argumentou que o setor de carne bovina funciona em ciclos longos e que a situação atual seria “mais uma tempestade perfeita herdada” da gestão anterior.
O aumento dos preços tem preocupado consumidores e influenciado avaliações sobre o governo de Donald Trump. Pesquisas recentes apontam que o valor da libra de carne, cerca de 450 gramas, pode chegar a US$ 10 nos próximos meses.
Diante do cenário, Trump anunciou, no último dia 7, que solicitou ao Departamento de Justiça uma investigação sobre grandes frigoríficos. Segundo ele, essas empresas estariam manipulando valores de forma indevida. “Pedi ao DOJ que abra imediatamente uma investigação sobre companhias frigoríficas que estejam elevando preços por meio de conluio ilícito, fixação e manipulação”, publicou em sua rede, a Truth Social.
Tarifas
A carne bovina brasileira está entre os produtos que enfrentam sobretaxas para entrar no mercado norte-americano. Até 13 de novembro (quinta-feira), o adicional aplicado era de 50%. Após revisão, a taxa extra foi reduzida para 40%.