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Presidente da Câmara defende equilíbrio entre esquerda e direita em publicação sobre 7 de Setembro

Hugo Motta publicou vídeo destacando independência e evitou se posicionar diretamente sobre anistia para envolvidos no 8 de janeiro

Presidente da Câmara, Hugo Motta | Foto: Reprodução
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O presidente da Câmara, Hugo Motta, publicou neste domingo (07/09) em suas redes sociais um vídeo no qual defende equilíbrio e pacificação no país, em referência ao 7 de Setembro. A publicação coincide com sua participação nas celebrações da independência do Brasil ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Esplanada dos Ministérios.

Para o presidente da Câmara, o equilíbrio é essencial para abraçar boas ideias, independentemente da orientação política, seja esquerda, direita ou centro. Ele ressaltou ainda o momento polarizado vivido pelo país. "Todo mundo conhece o grito que marcou a nossa história. Mas, hoje, num Brasil tão dividido, qual é o verdadeiro grito de independência que a gente precisa dar? A verdadeira independência é ter equilíbrio", afirmou Motta.

"Em um país que mais parece um campo de batalha, ter independência é escolher não lutar uma guerra de narrativas, mas sim trabalhar para entregar o resultado", completou Motta. O parlamentar destacou a relevância da independência do Brasil no contexto de projetos em tramitação e já aprovados na Câmara.

No entanto, a visita de Motta às comemorações foi marcada por parte do público gritando "sem anistia", em referência à proposta que tramita no Congresso para anistiar envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

Pressão por anistia

Motta tem recebido forte pressão da oposição para pautar a proposta de anistia, que se tornou o principal tema da Câmara e do Senado neste segundo semestre. A ideia é isentar não apenas os participantes comuns dos atos golpistas, mas também políticos que estão sob investigação, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Governistas e o próprio presidente Lula se posicionam contrários à aprovação da anistia. A discussão ganhou força após o julgamento da Trama Golpista na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em que Bolsonaro, ex-assessores e militares respondem por tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto por descumprimento de medidas restritivas anteriores e pode ser condenado a até 43 anos de prisão. Além disso, ele está inelegível após condenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.

O PL, partido de Bolsonaro, e o Centrão defendem a anistia. Recentemente, a aliança União Brasil e PP, maior bancada da Câmara, anunciou apoio à medida, rompendo temporariamente com o governo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação. Ainda não há definição sobre o texto que seria analisado, incluindo a extensão da anistia se contemplaria apenas condenados pelos ataques de 8 de janeiro ou também o ex-presidente e seus aliados no STF.

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