Foi adiado para o dia 21 de agosto o julgamento de Joel Morais Asevedo, ex-vereador e sargento da reserva da Polícia Militar, acusado de matar a esposa, Priscila Silva Dala Paula, que tinha 26 anos. O júri popular seria realizado nesta quinta-feira (10), em Muriaé, na Zona da Mata mineira.
Segundo o Fórum da cidade, a sessão não pôde ocorrer porque a defensora do réu, Brenda Paiva, apresentou um atestado médico, alegando problemas de saúde que a impediram de comparecer. A defesa lamentou os transtornos causados com o adiamento.
😔 EXPECTATIVA DA FAMÍLIA
A frustração tomou conta da família de Priscila, que esperava há meses pelo julgamento. Em entrevista, o irmão da vítima desabafou:
A gente ficou muito triste. Estávamos muito ansiosos por esse júri que iria ocorrer hoje e amanhã e a nossa expectativa de Justiça era muito grande. Infelizmente veio esse balde de água fria, mas não vamos desistir e vamos correr atrás de Justiça até o fim.
🔫 Réu confessou ter matado a esposa com arma de fogo
O caso ocorreu em dezembro de 2021. Joel Asevedo, então com 54 anos, entregou-se à polícia após confessar ter matado a companheira utilizando uma pistola, arma à qual tinha acesso por ser militar da reserva. Atualmente, ele está preso no Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
💸 OUTRA CONDENAÇÃO
Além da acusação de feminicídio, Joel Asevedo foi condenado, no fim do ano passado, a mais de 25 anos de prisão por envolvimento em esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, investigado pela Operação “Catarse”, do Ministério Público de Minas Gerais.
Segundo a promotoria, entre 2017 e 2019, ele desviou recursos da Câmara Municipal enquanto exercia o cargo de vereador. As investigações também apontam ocultação de bens e valores em nome dele e da esposa.
🧾 Sargento Joel teve quatro mandatos e presidiu a Câmara
Com carreira política iniciada em 2004, Joel Morais foi eleito vereador por quatro mandatos consecutivos, sendo o mais votado em todas as ocasiões. Também presidiu o Legislativo entre 2013 e 2016. Tentou retornar ao cargo em 2020, mas não obteve votos suficientes. Antes da vida política, também foi presidente de associações de moradores em bairros de Muriaé.
📃 POSICIONAMENTO DA DEFESA
Em nota pública, a defensora Brenda Paiva afirmou que sua ausência foi causada por uma crise de saúde já diagnosticada anteriormente:
A Defesa Técnica do réu Joel Morais de Asevedo Júnior, representada pela Advogada Brenda Paiva, vem a público esclarecer e lamentar o adiamento do julgamento do Tribunal do Júri que ocorreria na presente data, em razão de circunstância de força maior, devidamente comprovada nos autos e comunicada à secretaria judicial em tempo oportuno. [...] A crise atual, associada aos efeitos colaterais da medicação prescrita, gerou quadro de vertigens intensas, inviabilizando o exercício pleno das funções advocatícias no momento.
Ela ainda rejeitou qualquer insinuação de que o adiamento teria sido premeditado:
Rejeita-se veementemente qualquer sugestão de má-fé ou de manobra jurídica. Os fatos não corroboram com essa narrativa.
E concluiu reafirmando seu compromisso com a causa:
A defesa lamenta profundamente os transtornos ocasionados pelo adiamento, especialmente aos familiares das partes envolvidas, ao Ministério Público, ao Poder Judiciário e à sociedade. Reafirma, ainda, seu absoluto compromisso com a legalidade, a ética profissional e o regular prosseguimento do feito.