Os Estados Unidos revogaram nesta segunda-feira (22) vistos de entrada de novas autoridades brasileiras, incluindo o advogado-geral da União, Jorge Messias. A medida é mais uma rodada de sanções impostas pelo governo Donald Trump em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ministros do STF e familiares
Em julho, o secretário de Estado Marco Rubio já havia anunciado o cancelamento dos vistos de oito ministros do STF: Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flavio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. A decisão também atinge seus familiares diretos.
Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora da lista. Além disso, Alexandre de Moraes foi incluído em sanções mais duras da Lei Magnitsky, que bloqueiam bens, proíbem transações financeiras nos EUA e até o uso de cartões de crédito americanos. Nesta segunda-feira (22), sua esposa, Viviane Barci de Moraes, também teve o visto revogado.
Autoridades do governo Lula
Entre os atingidos anteriormente está Paulo Gonet, procurador-geral da República. Também perderam o direito de entrada nos EUA funcionários ligados ao programa “Mais Médicos”, como Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman.
As sanções alcançaram ainda a esposa e a filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Na rodada mais recente, além de Jorge Messias, tiveram vistos cancelados:
- José Levi, ex-AGU e ex-secretário-geral de Alexandre de Moraes no TSE;
- Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE;
- Airton Vieira, juiz auxiliar de Moraes no STF;
- Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral;
- Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes.
Messias reagiu às medidas:
“Trata-se de um conjunto de ações unilaterais, totalmente incompatíveis com a pacífica e harmoniosa condução de relações diplomáticas e econômicas edificadas ao longo de 200 anos entre os dois países”, declarou.
Caso Charlie Kirk
As sanções também se estendem a casos fora da política institucional. O médico brasileiro Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa, residente no Recife, teve o visto negado após publicar mensagem considerada elogiosa ao assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, morto no dia 10 de setembro.
Barbosa ressaltou que fez uma “colocação infeliz” e pediu desculpas à família do ativista.