O secretário estadual de Saúde, Antônio Luiz Soares, decidiu suspender o pregão eletrônico nº 019/2025, no valor de R$ 41,3 milhões, vencido pela empresa Big Data Health, alvo da Operação Omni da Polícia Federal. A medida foi adotada seis dias após a deflagração da investigação que apura um suposto esquema criminoso envolvendo contratos da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi).
Na portaria de revogação, o gestor afirmou que o processo licitatório foi conduzido conforme a legislação vigente, mas destacou que a decisão de suspender o certame “segue recomendação dos órgãos de controle”.
OPERAÇÃO OMNI
A Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão temporária e 22 de busca e apreensão nas cidades de Teresina (PI), Timon (MA), Araguaína (TO), Brasília (DF), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Curitiba (PR). A ação investiga suspeitas de superfaturamento, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e direcionamento de contratos públicos no setor da saúde.
Decisão da 3ª Vara Federal da Seção Judiciária do Piauí determinou ainda o bloqueio de aproximadamente R$ 66 milhões, o afastamento de um servidor público e a suspensão de contratos relacionados aos investigados.
ALVOS E SUSPEITAS
De acordo com a PF, há indícios de conluio e manipulação de chamamentos públicos da Sesapi para contratação de Organizações Sociais de Saúde (OSS) responsáveis pela gestão de unidades hospitalares, entre elas o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba.
Entre os contratos sob análise, estão serviços de fornecimento de software de gestão em saúde, incluindo o sistema destinado ao Programa Mais Saúde Piauí, voltado ao monitoramento e tratamento de pacientes com hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia.