Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão solicitando ao Itamaraty a tomar uma posição formal contra os ataques de Elon Musk e de aliados do presidente dos EUA, Donald Trump, direcionados ao ministro Alexandre de Moraes. Para a Corte, as investidas fazem parte de uma estratégia de constrangimento institucional e representam um ataque à autoridade do Judiciário brasileiro.
ATaque a Alexandre de Moraes
A preocupação aumentou depois que Musk, nomeado colaborador por Trump, compartilhou informações sobre supostas movimentações financeiras de Moraes nos EUA, sem apresentar provas de irregularidade. Além disso, há um projeto em tramitação no Legislativo americano que busca impedir a entrada do ministro no país.
Para integrantes do STF, os ataques fazem parte de uma ofensiva maior para enfraquecer a credibilidade da Corte. Um ministro da Primeira Turma destacou que, independentemente de discordâncias sobre decisões de Moraes, a instituição precisa ser protegida. “O pano de fundo é jogar para minar a força e a autoridade do Supremo.", afirmou.
Diplomacia já atua nos bastidores
Desde novembro de 2024, o Itamaraty tem trabalhado nos bastidores para reforçar, nos EUA, a importância do STF na defesa da democracia. Diplomatas brasileiros têm mantido diálogos com formadores de opinião e membros do Congresso americano para conter a influência de grupos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que pressionam Washington a tomar medidas contra Moraes.
Apesar disso, parte do STF defende que a diplomacia brasileira adote uma resposta mais firme e pública, ressaltando a necessidade de reciprocidade no respeito às instituições de ambos os países. Essa ala reconhece que uma ação formal pode ser explorada politicamente, mas argumenta que o ataque contra Moraes também tem um viés diplomático e, por isso, precisa ser combatido na mesma esfera.
Além da repercussão política, há processos na Justiça brasileira que envolvem pedidos de extradição feitos pelos EUA. Para os ministros do STF, o governo americano deve demonstrar respeito à autonomia do Judiciário brasileiro, assim como espera que suas próprias demandas sejam atendidas.