“Tive medo”, diz contador do grupo de Cachoeira após se entregar à PF

Em entrevista, Geovani Pereira nega que entrega à polícia seja manobra. Ele preferiu não comentar sua ligação com o grupo de jogos ilegais

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Geovani Pereira sorriu durante entrevista, na PF, em Anápolis | Reprodução/TV Anhanguera
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Apontado como contador do grupo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Geovani Pereira da Silva, concedeu entrevista após se entregar à Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira (14), em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Ele preferiu não falar de sua relação com o contraventor, mas explicou por que não se entregou antes: "Tive medo. As colocações da mídia me causaram uma angústia. Eu achei que não estava preparado".

Condenado a 13 anos e quatro meses de prisão por corrupção e formação de quadrilha, Geovani negou que a atitude tenha sido uma manobra para conseguir recorrer da pena em liberdade. O benefício foi concedido aos demais envolvidos no processo da Operação Monte Carlo pelo desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.

"Na verdade, eu achei que chegou o momento. Eu estava sendo considerado foragido. Porém, eu estava por perto e não estava aguentando mais ficar sem a minha família", disse Geovani.

Questionado duas vezes sobre qual seria sua relação com Carlinhos Cachoeira, ele preferiu não falar sobre o assunto. Mas fez questão de ressaltar que é uma pessoa ligada à família. "Quem me conhece sabe que sou do bem", argumentou, sorridente.

Geovani acusou a imprensa de colocar "situações que não são verdadeiras", mas não especificou quais seriam essas situações. Sem confirmar nem negar a afirmação de que seria o contador do grupo de jogos ilegais, ele se limitou a dizer que após a operação da Polícia Federal "se apegou a Deus". O preso tinha, inclusive, uma Bíblia na sacola que levou à sede da PF em Anápolis.

De acordo com o Ministério Público Federal, Geovani era responsável por receber o dinheiro arrecadado do jogo ilegal. Ele aparece em diversas escutas telefônicas feitas pela PF negociando pagamentos com membros da grupo de Cachoeira.

Nascido em Anápolis, onde mora com a família, Geovani disse que esteve o tempo todo "por perto" e que em nenhum momento saiu do estado. "Quero aproveitar para tranquilizar meu pai, minha mãe e dizer que meu coração está tranquilo. Eles não tinham notícia minha, mas eu tinha notícia deles", assegurou.

Trânsferência

Nesta tarde, Geovani Pereira foi transferido de Anápolis para a sede da Polícia Federal em Goiânia. Ele deve passar o noite no local e, posteriormente, ser transferido para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Ao G1, o delegado regional de PF em Anápolis, Angelino Alves de Oliveira, informou não ter sido necessário colher depoimento do preso por ele já ter uma condenação.

Além do primeiro processo referente à Operação Monte Carlo, Geovani, assim como outras 15 pessoas ligadas ao esquema de jogos ilegais, enfrenta uma nova denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO). Os procuradores alegam, nesse desmembramento da investigação, o crime de depósito e exploração comercial de máquinas caça-níqueis, compostas por equipamentos eletrônicos contrabandeados.



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