A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta segunda-feira (3) um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para suspender por um mês as tarifas impostas pelo governo norte-americano. Em troca, o México reforçará a segurança na fronteira.
REFORÇO NA FRONTEIRA E COMBATE AO TRÁFICO
Sheinbaum informou que 10 mil membros da Guarda Nacional serão enviados à fronteira para conter o tráfico de drogas, especialmente fentanil. Já os EUA se comprometeram a intensificar o combate ao tráfico de armas de alta potência para o México.
O acordo também prevê a criação de duas novas mesas de negociação entre os países: uma para tratar de segurança e outra sobre comércio. "Teremos um mês para trabalhar e convencer a todos que esse é o melhor caminho", afirmou Sheinbaum.
Trump também celebrou o entendimento e destacou que os soldados mexicanos terão como foco impedir a entrada ilegal de fentanil e migrantes. As negociações serão lideradas por Marco Rubio (secretário de Estado), Scott Bessent (secretário do Tesouro) e Howard Lutnick (secretário do Comércio).
ECONOMIA E REAÇÃO DO CANADÁ
Questionada sobre o impacto econômico da medida, Sheinbaum destacou que o "Plano México", programa de desenvolvimento econômico do país, visa fortalecer a produção interna e proteger empregos. "Essa pausa nos permite negociar e valorizar o tratado comercial", disse.
Enquanto o México optou pelo diálogo, o Canadá adotou uma postura diferente. O primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou tarifas de 25% sobre produtos americanos, como bebidas, roupas e eletrodomésticos, em retaliação às taxas impostas pelos EUA.
TRUMP E A NOVA POLÍTICA COMERCIAL
Na sexta-feira (1º), o governo Trump oficializou tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá e de 10% sobre itens chineses. A medida segue a promessa do presidente de reduzir o déficit comercial e endurecer regras migratórias.
Especialistas alertam que a estratégia pode gerar alta nos preços e dificultar a redução dos juros nos EUA. O impacto global também preocupa: juros elevados atraem investimentos para os EUA, fortalecendo o dólar e pressionando economias emergentes, como a do Brasil.
Além disso, uma possível redução das importações americanas pode levar a um excedente de produtos chineses, aumentando a concorrência para indústrias brasileiras. O Banco Central do Brasil pode ser forçado a rever a taxa de juros diante dessas turbulências.
O acordo temporário entre México e EUA alivia a tensão comercial, mas o futuro ainda é incerto. As próximas rodadas de negociação serão decisivas para a estabilidade da relação entre os dois países.