O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (7) que o Brasil está preparado para enfrentar turbulências econômicas, mesmo diante da escalada do dólar e do agravamento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. A declaração foi dada no mesmo dia em que a moeda americana fechou com alta de 1,29%, cotada a R$ 5,91, o maior patamar desde janeiro de 2022.
“Nós pagamos a dívida externa brasileira, 30 bilhões de dólares. Nós, pela primeira vez, fizemos uma reserva de 370 bilhões de dólares, o que segura esse país até hoje contra qualquer crise, qualquer crise. Mesmo com o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro porque nós temos um colchão de 350 bilhões que dá ao Brasil e ao Fernando Haddad uma certa tranquilidade”, afirmou Lula.
A declaração foi feita em meio à deterioração dos mercados globais, com investidores preocupados com o risco de uma guerra comercial generalizada após o "tarifaço" anunciado por Trump. As tarifas recíprocas impostas pelos EUA sobre importações de mais de 180 países começaram a vigorar no sábado (5) e já geraram reações da China, que anunciou retaliações. Trump ainda ameaçou, nesta segunda-feira, ampliar as tarifas sobre produtos chineses em mais 50%.
O mercado teme que a disputa comercial leve a um aumento generalizado nos preços, elevação da inflação, queda no consumo e, consequentemente, recessão nas principais economias. O Ibovespa caiu 1,31% nesta segunda-feira, acumulando uma perda de 3,52% na semana. Na Ásia, a bolsa de Hong Kong despencou 13,22%.
Apesar do cenário externo desafiador, Lula destacou que as reservas internacionais acumuladas desde seu governo anterior continuam a ser um importante escudo de proteção para o Brasil. Atualmente, o país mantém cerca de US$ 350 bilhões em reservas cambiais.