REPERCUSSÃO INTERNA NO PL
Nos bastidores do Partido Liberal, o episódio é tratado como grave desgaste político. Dirigentes e lideranças avaliam que o comportamento do parlamentar fere princípios defendidos publicamente pela legenda. Há, inclusive, discussões avançadas sobre uma possível expulsão por quebra de decoro e infidelidade partidária, medida que poderia resultar na perda do mandato e inviabilizar qualquer projeto eleitoral futuro, como uma candidatura à Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
SALÁRIO E CARGOS EM DISPUTA
Atualmente, Ito recebe salário bruto de R$ 23.115,46, valor que inclui subsídio e auxílio-alimentação, conforme dados oficiais da Câmara. Após os descontos, a remuneração líquida gira em torno de R$ 16,4 mil. O parlamentar já acumulava desgaste dentro do próprio partido desde o rompimento político com o prefeito Egídio Ferrari (PL), quando passou a liderar uma ala de oposição ao Executivo municipal, apesar de integrarem a mesma sigla.
RACHA COM O EXECUTIVO MUNICIPAL
O conflito se intensificou após Ito reivindicar a manutenção de cargos comissionados ligados ao seu grupo político, cujos salários ultrapassavam R$ 100 mil mensais. Com a exoneração dos indicados pelo prefeito, o vereador deixou oficialmente a base governista e passou a elevar o tom das críticas públicas à administração municipal.
ALIANÇAS QUESTIONADAS
Outro fator que ampliou o descontentamento dentro do PL foi a composição do gabinete da presidência da Câmara. Três assessores ligados diretamente a Ito haviam trabalhado com o ex-vereador Jefferson Forest, filiado ao PT e genro do ex-prefeito Décio Lima. As ligações reforçaram acusações de incoerência ideológica e de aproximação com grupos políticos considerados incompatíveis com o discurso conservador do partido.
PRESSÃO E SILÊNCIO
A soma de episódios — vídeos em horário de expediente, consumo de álcool, rompimento com o prefeito do próprio partido, disputa por cargos e vínculos com ex-assessores petistas — criou um ambiente de forte pressão interna no PL catarinense. Até o momento, Ito de Souza não se pronunciou oficialmente sobre as imagens nem sobre eventuais punições. A direção estadual da legenda também não emitiu nota pública, mas interlocutores confirmam que o caso já chegou às instâncias superiores do partido.