A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou o vereador Marcelo Henrique de Mello Alves (PODE), de Nepomuceno (MG), por violação sexual mediante fraude contra um adolescente de 15 anos. O exame de corpo de delito confirmou o abuso, conforme informações das autoridades.
O RELATO DA VÍTIMA
De acordo com o boletim de ocorrência, o caso veio à tona no dia 25 de março, quando médicos da Santa Casa acionaram a polícia após o jovem relatar o crime à vice-diretora de sua escola. A vítima afirmou que o vereador iniciou contato pelo WhatsApp e depois a convidou para ir à sua residência, sob o pretexto de entregar algo.
Ao chegar ao local, o adolescente foi levado a um quarto, onde Marcelo Henrique teria fechado a porta e praticado o ato sem consentimento. Os sinais de violência sexual foram confirmados pela equipe médica.
DEFESA DO VEREADOR
Em depoimento, o parlamentar admitiu o relacionamento sexual, mas alegou que foi consensual.
"Durante seu depoimento, ele confessou que manteve a relação sexual com o adolescente, porém, segundo ele, tudo teria sido de forma consensual. Ele negou que em qualquer momento o adolescente tivesse demonstrado ali alguma negativa no consentimento dele", afirmou o delegado Bruno Bastos.
Apesar da versão do acusado, a polícia sustenta a tese de crime, e o vereador segue preso no Presídio de Lavras.
NOVAS DENÚNCIAS SURGEM
Após a prisão, outros adolescentes procuraram a delegacia para relatar abordagens semelhantes do vereador.
"Agora, com a prisão do vereador, outros adolescentes que foram abordados por ele tomaram a iniciativa de procurar a Polícia Civil buscando relatar que foram contactados no mesmo sentido, de tentativa de relação sexual", disse o delegado.
No entanto, esses casos não configuram crime, pois não houve consumação. Ainda assim, os depoimentos reforçam a investigação.
RISCO DE CASSACÃO
A Câmara Municipal de Nepomuceno instalou uma comissão processante para avaliar a cassação do mandato do vereador. O presidente do legislativo, Tullio Marangoni (Republicanos), afirmou que a ação foi motivada por uma denúncia de um cidadão, aprovada por unanimidade.
O colegiado, formado pelos vereadores Marcos Memento (PT), Mariana Dessimoni (União) e Rogério Pedroso (PL), analisará as provas e apresentará um parecer para votação em plenário.
INVESTIGAÇÕES EM ANDAMENTO
O delegado Bruno Bastos afirmou que há suspeitas de que outros menores possam ter sido vítimas.
"Sim, supostas vítimas, outros adolescentes que teriam sido abordados pelo vereador já foram informados à Polícia Civil. A gente busca agora identificar quem são esses adolescentes", declarou.
O inquérito está em fase final, e a polícia avalia que o vereador representa risco à segurança pública, devido a seu histórico recente de envolvimento em outros crimes.
PRÓXIMOS PASSOS
Enquanto aguarda julgamento, o parlamentar pode perder o mandato caso a comissão processante recomende sua cassação. O caso continua sob investigação, com possibilidade de novas vítimas serem ouvidas.