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Vereador tem gabinete tomado e denuncia o MBL por ameaça de morte; ele foi expulso do grupo!

Após saída conturbada do grupo, vereador de Curitiba acusa assessor de ameaça de morte e critica postura do movimento.

“Coisas ruins vão acontecer em sua vida”, teria dito um dos assessores ao vereador caso ele saísse do MBL. | Foto: Diretoria de Comunicação Social CMC
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O vereador de Curitiba João Bettega (União) revelou que foi alvo de ameaças graves feitas por um assessor ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), grupo do qual foi expulso nesta quarta-feira (7). Em entrevista ao site local RIC.com.br, ele afirmou que a intimidação ocorreu durante sua tentativa de se desligar oficialmente da organização.

"Coisas ruins vão acontecer na sua vida", teria dito um dos assessores, segundo Bettega.

A denúncia envolve, segundo o vereador, ameaças diretas, clima hostil dentro do gabinete e conflitos constantes com integrantes do MBL, o que teria culminado em sua expulsão.


💬 Clima tenso no gabinete

Bettega contou que o ambiente em seu gabinete vinha se deteriorando há algum tempo. Os assessores, todos ligados ao MBL, estariam agindo de forma autoritária e intimidatória.

"A situação estava complicada no gabinete. Os meus antigos assessores fazem parte do MBL e aconteceram diversas situações em grupos de WhatsApp, reuniões de Google Meet com a militância do movimento, de pressão e escrutínio público, de intimidação", relatou.

De acordo com ele, as pressões se intensificaram até chegarem ao ponto de ameaças pessoais.

"Essas situações foram se acumulando e a gota d’água foi quando eu fui ameaçado por duas pessoas do movimento, que falaram que caso houvesse a ruptura minha com o movimento, coisas ruins aconteceriam na minha vida. E um dos meus assessores, ele me falou que se não for para resolver as coisas na base do carinho, elas serão resolvidas na base do ódio", prosseguiu.


⚠️ Impedimento para exonerar assessor teria motivado expulsão

Bettega afirmou ainda que tentou levar o caso ao núcleo nacional do MBL, solicitando a exoneração do assessor que o ameaçou. A direção do grupo, no entanto, teria ignorado o pedido e optado por expulsá-lo.

"Ele gritou comigo na minha sala, falou que ele que manda no meu gabinete e também comentou que eu não mandava nada no meu gabinete. Então, foi basicamente isso que eu trouxe à nacional do movimento e eu falei que não haveria mais clima para eu trabalhar com esse assessor que me ameaçou, me desrespeitou. Infelizmente, a nacional do movimento não autorizou que eu exonerasse o assessor e por isso me expulsou", completou.


📌 Divergências políticas também pesaram

Além do conflito interno, Bettega apontou que uma diferença de posicionamento nas eleições presidenciais de 2022 pode ter contribuído para o desgaste com o grupo. Na época, o MBL orientou seus membros a anularem o voto no segundo turno entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), o que o vereador não concordou.

"É uma opinião divergente minha em relação ao grupo, eu queria muito continuar, mas acredito que por eu ter uma opinião diferente do pessoal que está no topo da cadeia do movimento, eles acabaram querendo me expulsar e ficar falando um monte de coisa para me cancelar nas redes sociais", declarou.

O diretório do MBL no Paraná foi procurado e negou as acusações de ameaça de morte. "Houve discussões acaloradas no gabinete com relação ao trabalho do vereador, nada sobre ameaça de morte", respondeu o grupo.


🧾 MBL classifica mandato como “estelionato eleitoral”

Após a expulsão, o MBL divulgou uma nota pública em que pede desculpas aos eleitores de Bettega e o acusa de desvirtuar o mandato para o qual foi eleito. No texto, o movimento afirma que o parlamentar demonstrou ser "individualista" e "pouco produtivo".

“Durante os poucos meses de mandato, a equipe do MBL se esforçou ao máximo para fazer uma gestão de qualidade técnica, propositiva e corajosa. Infelizmente, nosso trabalho foi frustrado por um parlamentar com rigidez intelectual, individualista e pouquíssimo produtivo.”

“Entendemos a frustração causada por um estelionato eleitoral dessa magnitude!”, diz o comunicado.

Todos os sete assessores ligados ao grupo pediram exoneração coletiva no mesmo dia.


📍 Mandato segue até o fim, garante vereador

Mesmo diante da crise política e da ruptura com o MBL, João Bettega reafirma que continuará exercendo seu mandato na Câmara de Curitiba. Ele foi o quinto mais votado da cidade nas últimas eleições, com 12.346 votos.

"Apesar dos problemas no gabinete, nosso mandato é produtivo. Fizemos muita coisa pela população. Tenho certeza que agora com o gabinete oxigenado nós vamos poder fazer muito mais coisa. Sou um vereador combativo, me posiciono, não fujo da briga e vamos continuar representando os 12 mil votos de curitibanos. As pessoas vão lembrar do João Bettega como alguém que fez um grande mandato", declarou.


📚 Histórico de polêmicas

João Bettega, de 28 anos, é influenciador digital e foi eleito pela primeira vez em 2024. Ele já enfrentou outras controvérsias desde o início do mandato, como uma condenação judicial por ter exposto indevidamente um adolescente autista em vídeo nas redes sociais. Pela sentença, deverá pagar R$ 14 mil de indenização à família da vítima.

Em 2022, também se envolveu em um conflito físico com o ex-deputado Boca Aberta, durante um embate político em Londrina, no Norte do Paraná.

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